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Partidos vão à caça dos infiéis das eleições
Ao menos 15 petistas foram expulsos em GO e na PB; em SP, tucano que apoiou Kassab teve expulsão pedida
FELIPE BÄCHTOLD
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Passada a eleição municipal,
grandes partidos deram início a
"expurgos" de políticos considerados infiéis durante a campanha. Na Paraíba e em Goiás,
ao menos 15 membros já foram
expulsos do PT por terem dado
apoio a outros partidos.
Em Campina Grande (PB),
por exemplo, a participação na
campanha do candidato tucano
à prefeitura gerou a expulsão
de oito filiados, que ainda recorrem da decisão.
No PT goiano, sete filiados
foram expulsos e ao menos outros sete foram suspensos por
apoio a adversários. Em Mato
Grosso do Sul, um diretório
municipal do interior abriu
processo contra o ex-governador Zeca do PT por ele ter
apoiado uma coligação adversária na cidade. O diretório estadual arquivou o pedido.
A participação de petistas na
campanha de candidatos de
uma coligação não aprovada
pelo partido é considerada infração ética e disciplinar pelo
estatuto da sigla, que prevê punições que vão até a expulsão.
Entre tucanos, o secretário
dos Esportes da cidade de São
Paulo, Walter Feldman, também teve sua saída pedida do
partido por apoiar Gilberto
Kassab (DEM) no primeiro
turno. O caso ainda tramita.
Em Santa Catarina, o deputado estadual Nilson Gonçalves
também teve a expulsão pedida
por supostamente ter agido
contra decisão partidária na
eleição. Um dos fundadores do
partido em Joinville -maior cidade catarinense-, Reinaldo
Gonçalves diz que o deputado
"traiu" o PSDB ao "falar mal"
de colegas em público.
"Aqui só vão ficar tucanos de
bico amarelo. Vou pedir ainda a
expulsão de outros dois. Agora
que o PT venceu as eleições, pelo menos 20 tucanos já saíram
abraçados com o Carlito Merss
[prefeito eleito pelo PT]", diz.
O deputado afirma que os colegas o "elegeram" culpado pela
derrota e que não será expulso.
Em Goiás, expulsões no PT
foram decididas no último dia
6. Membro da comissão de ética do PT no Estado, Edilberto
de Castro Dias classifica a decisão como "histórica" e diz que
os partidos agirão com mais rigor após decisões do TSE e do
STF que estabeleceram que o
mandato pertence ao partido e
punem a troca. "Cortamos em
nossa própria carne", afirmou.
Itamar Paes Sousa, secretário de organização do PT em
Goiás, diz que as atitudes são
"importantes para a afirmação"
dos partidos. "A expulsão é decisão difícil. Muitos são fundadores, mas, muitas vezes, se
sentem maiores que o partido."
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