São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Partidos vão à caça dos infiéis das eleições

Ao menos 15 petistas foram expulsos em GO e na PB; em SP, tucano que apoiou Kassab teve expulsão pedida

FELIPE BÄCHTOLD
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA

Passada a eleição municipal, grandes partidos deram início a "expurgos" de políticos considerados infiéis durante a campanha. Na Paraíba e em Goiás, ao menos 15 membros já foram expulsos do PT por terem dado apoio a outros partidos.
Em Campina Grande (PB), por exemplo, a participação na campanha do candidato tucano à prefeitura gerou a expulsão de oito filiados, que ainda recorrem da decisão.
No PT goiano, sete filiados foram expulsos e ao menos outros sete foram suspensos por apoio a adversários. Em Mato Grosso do Sul, um diretório municipal do interior abriu processo contra o ex-governador Zeca do PT por ele ter apoiado uma coligação adversária na cidade. O diretório estadual arquivou o pedido.
A participação de petistas na campanha de candidatos de uma coligação não aprovada pelo partido é considerada infração ética e disciplinar pelo estatuto da sigla, que prevê punições que vão até a expulsão.
Entre tucanos, o secretário dos Esportes da cidade de São Paulo, Walter Feldman, também teve sua saída pedida do partido por apoiar Gilberto Kassab (DEM) no primeiro turno. O caso ainda tramita.
Em Santa Catarina, o deputado estadual Nilson Gonçalves também teve a expulsão pedida por supostamente ter agido contra decisão partidária na eleição. Um dos fundadores do partido em Joinville -maior cidade catarinense-, Reinaldo Gonçalves diz que o deputado "traiu" o PSDB ao "falar mal" de colegas em público.
"Aqui só vão ficar tucanos de bico amarelo. Vou pedir ainda a expulsão de outros dois. Agora que o PT venceu as eleições, pelo menos 20 tucanos já saíram abraçados com o Carlito Merss [prefeito eleito pelo PT]", diz.
O deputado afirma que os colegas o "elegeram" culpado pela derrota e que não será expulso.
Em Goiás, expulsões no PT foram decididas no último dia 6. Membro da comissão de ética do PT no Estado, Edilberto de Castro Dias classifica a decisão como "histórica" e diz que os partidos agirão com mais rigor após decisões do TSE e do STF que estabeleceram que o mandato pertence ao partido e punem a troca. "Cortamos em nossa própria carne", afirmou.
Itamar Paes Sousa, secretário de organização do PT em Goiás, diz que as atitudes são "importantes para a afirmação" dos partidos. "A expulsão é decisão difícil. Muitos são fundadores, mas, muitas vezes, se sentem maiores que o partido."


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