São Paulo, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009 |
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Base de Arruda adia impeachment
Câmara do DF entra em recesso sem analisar pedidos contra o governador, envolvido no mensalão do DEM
LARISSA GUIMARÃES DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Com a ajuda de sua base aliada, o governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido), conseguiu protelar para janeiro os três pedidos de impeachment que tramitam contra ele na Câmara Legislativa. Também ficou para 2010 a CPI que irá apurar os escândalos do mensalão do DEM. O processo de cassação de Arruda só terá andamento a partir do dia 11 de janeiro, quando os deputados irão se reunir em convocação extraordinária. Na madrugada de ontem, os deputados votaram a lei orçamentária do DF e, com isso, conseguiram encerrar o ano legislativo. Pelo regimento, os trabalhos terminam sempre no dia 15 de dezembro, desde que o Orçamento esteja aprovado. Antes de os deputados votarem o Orçamento, Arruda conversou com os membros da base. O tom foi de ameaça. Além de pedir para acelerar as votações, alertou que poderia complicar a vida daqueles que insistissem no impeachment. Para a deputada Eliana Pedrosa (DEM), o fato de a Câmara ter entrado em recesso na crise não trará prejuízos à imagem da Casa. "Demos uma resposta à sociedade. Com relação aos parlamentares, foi aberto processo de quebra de decoro. E ficou decidido que nos reuniremos no dia 11 de janeiro. O que é que está parado?", disse. A oposição só conseguiu a convocação extraordinária para janeiro (eles voltariam em fevereiro) após reunir assinaturas de 16 dos 24 deputados. A base de Arruda queria um acordo para que só a CPI tivesse algum tipo de andamento na convocação extraordinária, exatamente para evitar a análise dos pedidos de impeachment. O processo de impeachment contra Arruda também será mais longo porque ontem a Câmara definiu que os três pedidos passarão pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e por uma comissão especial. Como a maior parte das vagas da CCJ deve ser preenchida por deputados pró-Arruda, a oposição avalia que é grande a chance de que o processo de impeachment tenha andamento mais lento ou, ainda, que seja "enterrado". "Se isso acontecer, com certeza vamos à Justiça", disse o presidente da Casa, deputado Cabo Patrício (PT). Os aliados de Arruda também são maioria na CPI: dos 5 escolhidos, 4 o apoiam. Texto Anterior: Análise: Um partido à procura de um discurso Próximo Texto: Brasília: PF pede que STJ decrete sigilo sobre inquérito do mensalão do DEM Índice |
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