São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Sob pressão

Na segunda-feira, quando Lula estiver apresentando seu Plano de Aceleração do Crescimento, centrais sindicais estarão reunidas para traçar uma agenda de mobilizações contra a estagnação econômica. CUT e Força Sindical planejam vários atos pelo país, que servirão como preparação para uma grande manifestação em Brasília, prevista para daqui a três meses.
Os sindicalistas já negociaram apoios da Fiesp, da Bovespa e da Federação do Comércio de São Paulo. A idéia do grupo é criar uma frente pró-desenvolvimento para atacar os juros altos nos moldes daquela que derrubou, há dois anos, a medida provisória 232, que aumentava impostos para prestadores de serviços.

Inflação 1. A candidatura de Gustavo Fruet (PSDB) fez subir o preço que os aliados cobram pelo apoio a Arlindo Chinaglia (PT-SP). O PR (ex-PL), que se contentava em recuperar os Transportes, agora quer também indicar o Dnit nos 27 Estados. Terá de bater de frente com o PMDB.

Inflação 2. Já o PP quer, além de manter Cidades, reaver espaço que já teve na Anvisa, no IRB e no Ministério da Saúde. E espera ampliar a participação na Petrobras, onde tem uma diretoria. "Os petistas querem evitar um segundo turno e dependem de nós", diz um aliado.

Anos rebeldes. Minutos após receber o apoio do PP, sucessor da Arena, Chinaglia deu entrevista lembrando que combateu a ditadura quando estudante, nos anos 70.

O tema é... Paulo Maluf (SP) entrou mudo e saiu calado da reunião em que o PP declarou apoio a Chinaglia. Só queria falar sobre o acidente no metrô de São Paulo.

Blefe. O PT ameaça tirar do PSDB a primeira vice da Câmara, por conta do acordo rompido. Cheira a bravata: de qualquer modo, Chinaglia precisará dos tucanos num eventual segundo turno.

Inércia. Apesar do vaivém do PSDB na disputa da Câmara, os tucanos paulistas se dizem tranqüilos quanto à eleição na Assembléia. Duvidam que o PT abra mão da primeira secretaria, segundo cargo em importância na Casa.

Pauta quente. Comunista como Aldo Rebelo (SP), Jandira Feghali (RJ) terá programa de entrevistas na Rede TV! quando deixar a Câmara. A convidada de estréia é Dilma Rousseff, que pediu a Aldo que desistisse da disputa.

Às armas. O PT marcou para o próximo dia 30 a reunião da sua Executiva Nacional. Um dos pontos de pauta é a "relação com o governo" -ou seja, a estratégia para resistir à despetização dos ministérios. O partido está mapeando os cargos federais.

Bye-bye. Lula terá encontro a sós com Tony Blair durante no Fórum Econômico Mundial, em Davos. E deve ser o último: o primeiro-ministro britânico anunciou que deixará o cargo no meio do ano.

Carona. O avião que levará a equipe precursora da viagem de Lula a Davos fará uma "escala" em Nairóbi, no Quênia, para deixar Luiz Dulci (Secretaria-Geral), que representará o Brasil no Fórum Social. A viagem à Suíça, que leva 12 horas, durará mais de 30.

Secundária. Para tirar qualquer dúvida sobre a importância que Lula dá à Alca (Área de Livre de Comércio das Américas): o departamento que cuida do tema no Itamaraty, que já teve cinco diplomatas, agora conta com apenas dois funcionários administrativos trabalhando.

Prioridades. Tarso Genro deu chá de cadeira no presidente mundial da Telefônica, César Alieto, ontem no Planalto. Enquanto o executivo esperava, o ministro das Relações Institucionais participava da homenagem ao Inter de Porto Alegre, seu time.

Tiroteio

"Alguns esqueceram que, quando se está no governo, é preciso ser mais ministro e menos PT".
Do deputado BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS) sobre o pedido da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para que Aldo Rebelo (PC do B-SP) desista de disputar a presidência da Câmara.

Contraponto

Big Brother

Em maio do ano passado, os principais caciques do PMDB se reuniram no Senado para discutir a viabilidade de lançar candidatura própria à Presidência da República.
Semanas antes, uma reunião do partido quase terminara em pancadaria. Prevendo tumulto, o presidente do partido, Michel Temer (SP), anunciou a jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos:
-Vocês terão de sair, pois a reunião será fechada.
Alguns minutos depois do início, um assessor do partido recebeu um telefonema de um funcionário do Senado:
-Se a reunião é fechada, tem de avisar a TV Senado. Está passando toda a briga ao vivo no circuito interno!


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