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Apoio político ao PAC influirá em ministério, afirma Tarso
Governo analisará impacto de programa antes de iniciar reforma, diz ministro
Petista diz, porém, que ligar adesão a cargos é "má-fé"; presidente vai aproveitar lançamento de pacote para se reunir com governadores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A novela da reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer neste início de segundo mandato
ganhou mais um ingrediente
ontem, com uma declaração do
ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, de que o
governo vai avaliar a posição
dos aliados em relação ao novo
pacote de investimentos para
só então definir os cargos.
Segundo Tarso, Lula vai
"acompanhar com muita atenção os resultados do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]" para analisar a reforma ministerial.
"[Lula quer] que acompanhemos com muita atenção os
resultados do PAC, o impacto
que o PAC terá na estrutura
partidária, na coalizão, para
que a partir do dia 1º ele comece
a fazer as modificações no ministério", disse o ministro.
Muitas das medidas do novo
pacote só terão efeito se forem
aprovadas pelo Congresso.
A reforma ministerial se arrasta desde a vitória de Lula no
segundo turno da eleição. Antes do PAC, a reforma já fora
atrasada à espera da definição
da disputa pela presidência da
Câmara dos Deputados.
"O governo entende que essa
divisão eventual da sua base na
Câmara é meramente conjuntural. O que vai dar solidez, unificar, são as medidas que serão
apresentadas na segunda-feira.
É a essência da coalizão. Se o
PAC não conseguir soldar a base do governo, isso sim pode
nos preocupar", explicou.
Mesmo assim, o ministro nega que a adesão ao PAC será levada em conta para a formação
do novo ministério. Questionado se o governo iria ver quem
vota a favor das medidas, para
então premiar com cargos nos
ministérios, respondeu: "Essa é
uma conclusão de má-fé".
Reunião
O governo vai aproveitar a
expectativa gerada em torno do
novo pacote de crescimento
para realizar a primeira reunião do segundo mandato entre
o presidente e os governadores.
O encontro será na próxima
segunda-feira, e já há de 18 a 20
nomes confirmados, segundo
Tarso. O principal objetivo da
reunião é definir uma lista de
prioridades sobre as reformas
política e tributária, para um
encontro mais aprofundado no
mês seguinte, em fevereiro.
O dia escolhido foi estratégico. Segunda-feira é o mesmo
dia em que o governo federal
vai anunciar o PAC. Tarso afirma que os governadores que
comparecerem serão informados das medidas, mas que os
principais assuntos serão as reformas tributária e política.
"É para informar os governadores do sentido do PAC, mas
sobretudo para conversar com
eles sobre uma agenda de discussões sobre a reforma tributária e a política, que vai ocorrer em fevereiro", afirmou.
Governadores de oposição,
como José Serra (PSDB-SP),
ainda não tinham confirmado
presença até ontem. Mas a presença ou não nesse encontro
não afeta a participação na reunião de fevereiro.
"A ausência nessa reunião
não vai prejudicar o preparo
desse outro encontro marcado
para fevereiro, e os governadores que não comparecerem vão
ser consultados também sobre
a pauta", disse o ministro.
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