São Paulo, sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Vai ter briga

Com seu peso na Câmara e no Senado, o PMDB tem ganhado todas as disputas por cargos. Uma vez confirmado Edison Lobão (Minas e Energia), usará o empenho de sempre para amealhar a diretoria Internacional da Petrobras. O escolhido, Jorge Zelada, foi adotado pela bancada mineira do partido, mas seu DNA o aproxima do diretor de Serviços da estatal, Renato Duque -que é ligado ao ex-ministro José Dirceu.
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) decidiu sair da sombra e defender abertamente a permanência de Nestor Cerveró, seu indicado, no posto. Esteve com Dilma Rousseff (Casa Civil) e José Múcio (Relações Institucionais) e disse que este é o único cargo sob sua influência no governo e não aceita cedê-lo ao PMDB.

Não fura poço. Tanto interesse pela diretoria Internacional da Petrobras se explica pelo fato de ela ter uma liberdade maior para contratação de pessoal, porque segue a legislação dos outros países onde a estatal atua. O volume de negócios no exterior também é enorme.

Nem vem. Outra confusão à vista é o comando da Chesf, prometida para o ex-governador Lúcio Alcântara (PR), mas pelo qual os peemedebistas lutarão com unhas e dentes.

Há vagas. Na conversa com José Maranhão (PMDB-PB) e José Pimentel (PT-CE), a presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, foi linha-dura e bateu o pé contra os cortes em custeio do Judiciário. Disse que não tem como cancelar os concursos.

Tartaruga 1. A obra do metrô de Salvador deve ficar fora do balanço do PAC. O consórcio formado por Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Siemmens cruzou os braços em represália a uma decisão do TCU que o obrigou a abrir as planilhas para fiscalização, sob pena de multa.

Tartaruga 2. A bancada da Bahia se uniu para pressionar o consórcio. Pretende convocá-lo para justificar, no Congresso, a paralisação da obra tão logo termine o recesso.

Goleada 1. No balanço do ano passado, o Ministério do Esporte contabilizou 300 parlamentares atendidos com emendas individuais, o que equivale a 75% dos pedidos. Desses, 80% são de aliados.

Goleada 2. O campeão em recursos liberados foi o PMDB, seguido pelo PT. O oposicionista DEM ficou em terceiro lugar. O PC do B, ao qual o ministro Orlando Silva é filiado, ficou em 10º lugar.

Vácuo 1. Ulisses Carraro, diretor-financeiro da Artesp, agência reguladora das concessões de estradas paulistas, pediu demissão para ocupar o segundo posto na secretaria de desburocratização da Prefeitura de São Paulo, a ser criada por Gilberto Kassab (DEM) para abrigar Rodrigo Garcia, seu correligionário.

Vácuo 2. A saída de Carraro, que tinha mandato até março, mobiliza a cúpula do governo. A diretoria controla a movimentação do dinheiro das concessionárias. São R$ 9 bilhões só no novo lote anunciado por José Serra (PSDB).

Forcinha. O presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), ligou para o ministro José Múcio para dizer que seu partido apóia a decisão de Carlos Lupi (Trabalho) de permanecer na presidência do PDT, contestada pela Comissão de Ética Pública.

UTI. Do senador Heráclito Fortes (DEM-PI): "Depois de dizer que o sistema de saúde brasileiro está à beira da perfeição, Lula considerou a saúde de Fidel Castro impecável. Só falta agora convidá-lo para vir se tratar no Brasil".

Aceno. A pedido do Planalto, a cúpula do PT deve apoiar o nome do deputado José Eduardo Cardozo (SP), do grupo de Tarso Genro, para a Secretaria Geral do partido. A idéia é tentar selar uma trégua com o ministro da Justiça.

Tiroteio

"Como podemos ter em nossos quadros um senador que é filho de um ministro? Vamos precisar pedir para ele sair das reuniões na hora de definir planos de embate com o governo?"


Do líder do DEM na Câmara, ONYX LORENZONI (RS), defendendo que o partido convide o suplente Edison Lobão Filho (MA) a deixar a sigla e se filiar ao PMDB, como o pai.

Contraponto

Agora sim

Nomeado ouvidor de São Paulo por Marta Suplicy tão logo a petista assumiu a prefeitura, em 2001, o sociólogo Benedito Mariano deixava o secretariado de cabelo em pé pelas críticas à gestão que fazia pela imprensa. No primeiro escalão, não era chamado de "ouvidor", e sim de "falador". Mas Mariano entrou um dia numa polêmica com o governo do Estado, administrado pelos tucanos.
O fato deixou os martistas tão animados que o documento interno que trazia diariamente a análise das notícias sobre a prefeitura veio com o seguinte comentário:
-Mais uma reportagem de oposição da ouvidoria. Dessa vez, porém, é contra o governo certo!


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