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Painel
VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br
Vai ter briga
Com seu peso na Câmara e no Senado, o PMDB tem
ganhado todas as disputas por cargos. Uma vez confirmado Edison Lobão (Minas e Energia), usará o empenho de sempre para amealhar a diretoria Internacional da Petrobras. O escolhido, Jorge Zelada, foi adotado pela bancada mineira do partido, mas seu DNA o
aproxima do diretor de Serviços da estatal, Renato
Duque -que é ligado ao ex-ministro José Dirceu.
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) decidiu sair da
sombra e defender abertamente a permanência de
Nestor Cerveró, seu indicado, no posto. Esteve com
Dilma Rousseff (Casa Civil) e José Múcio (Relações
Institucionais) e disse que este é o único cargo sob sua
influência no governo e não aceita cedê-lo ao PMDB.
Não fura poço. Tanto interesse pela diretoria Internacional da Petrobras se explica pelo fato de ela ter uma
liberdade maior para contratação de pessoal, porque segue a legislação dos outros
países onde a estatal atua. O
volume de negócios no exterior também é enorme.
Nem vem. Outra confusão
à vista é o comando da Chesf,
prometida para o ex-governador Lúcio Alcântara (PR), mas
pelo qual os peemedebistas
lutarão com unhas e dentes.
Há vagas. Na conversa
com José Maranhão (PMDB-PB) e José Pimentel (PT-CE),
a presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie,
foi linha-dura e bateu o pé
contra os cortes em custeio do
Judiciário. Disse que não tem
como cancelar os concursos.
Tartaruga 1. A obra do
metrô de Salvador deve ficar
fora do balanço do PAC. O
consórcio formado por Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Siemmens cruzou os
braços em represália a uma
decisão do TCU que o obrigou
a abrir as planilhas para fiscalização, sob pena de multa.
Tartaruga 2. A bancada da
Bahia se uniu para pressionar
o consórcio. Pretende convocá-lo para justificar, no Congresso, a paralisação da obra
tão logo termine o recesso.
Goleada 1. No balanço do
ano passado, o Ministério do
Esporte contabilizou 300 parlamentares atendidos com
emendas individuais, o que
equivale a 75% dos pedidos.
Desses, 80% são de aliados.
Goleada 2. O campeão em
recursos liberados foi o
PMDB, seguido pelo PT. O
oposicionista DEM ficou em
terceiro lugar. O PC do B, ao
qual o ministro Orlando Silva
é filiado, ficou em 10º lugar.
Vácuo 1. Ulisses Carraro,
diretor-financeiro da Artesp,
agência reguladora das concessões de estradas paulistas,
pediu demissão para ocupar o
segundo posto na secretaria
de desburocratização da Prefeitura de São Paulo, a ser
criada por Gilberto Kassab
(DEM) para abrigar Rodrigo
Garcia, seu correligionário.
Vácuo 2. A saída de Carraro, que tinha mandato até
março, mobiliza a cúpula do
governo. A diretoria controla
a movimentação do dinheiro
das concessionárias. São R$ 9
bilhões só no novo lote anunciado por José Serra (PSDB).
Forcinha. O presidente do
PP, senador Francisco Dornelles (RJ), ligou para o ministro
José Múcio para dizer que seu
partido apóia a decisão de
Carlos Lupi (Trabalho) de
permanecer na presidência
do PDT, contestada pela Comissão de Ética Pública.
UTI. Do senador Heráclito
Fortes (DEM-PI): "Depois de
dizer que o sistema de saúde
brasileiro está à beira da perfeição, Lula considerou a saúde de Fidel Castro impecável.
Só falta agora convidá-lo para
vir se tratar no Brasil".
Aceno. A pedido do Planalto, a cúpula do PT deve apoiar
o nome do deputado José
Eduardo Cardozo (SP), do
grupo de Tarso Genro, para a
Secretaria Geral do partido. A
idéia é tentar selar uma trégua com o ministro da Justiça.
Tiroteio
"Como podemos ter em nossos quadros um
senador que é filho de um ministro? Vamos
precisar pedir para ele sair das reuniões na hora
de definir planos de embate com o governo?"
Do líder do DEM na Câmara, ONYX LORENZONI (RS), defendendo que o
partido convide o suplente Edison Lobão Filho (MA) a deixar a sigla e se
filiar ao PMDB, como o pai.
Contraponto
Agora sim
Nomeado ouvidor de São Paulo por Marta Suplicy tão
logo a petista assumiu a prefeitura, em 2001, o sociólogo
Benedito Mariano deixava o secretariado de cabelo em pé
pelas críticas à gestão que fazia pela imprensa. No primeiro escalão, não era chamado de "ouvidor", e sim de "falador". Mas Mariano entrou um dia numa polêmica com o
governo do Estado, administrado pelos tucanos.
O fato deixou os martistas tão animados que o documento interno que trazia diariamente a análise das notícias sobre a prefeitura veio com o seguinte comentário:
-Mais uma reportagem de oposição da ouvidoria. Dessa vez, porém, é contra o governo certo!
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