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Disputa judicial atrasa obra da futura sede do governo de MG
Governo Aécio nega problemas e atribui adiamento de inauguração às chuvas
Mais de um ano após iniciar
processos de desapropriação,
estatal ainda não obteve a
posse de áreas equivalentes
a 120 campos de futebol
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Uma batalha judicial entre o
governo de Minas Gerais e proprietários de terrenos vizinhos
à área onde está sendo erguida
a nova sede da administração
estadual pode comprometer a
inauguração plena da principal
obra da gestão do governador
Aécio Neves (PSDB), orçada
em R$ 1,2 bilhão e projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Mais de um ano após iniciar
processos judiciais de desapropriação de cinco glebas ao redor do terreno de 840 mil m2
onde é erguida a estrutura da
Cidade Administrativa, a estatal Codemig (Companhia de
Desenvolvimento Econômico
de Minas Gerais) ainda não obteve a posse de nenhuma das
áreas, de tamanho total equivalente a 120 campos de futebol.
Entre elas está o terreno onde desembocará o túnel que
dará acesso à Cidade Administrativa, por baixo da rodovia
MG-010, que liga Belo Horizonte ao aeroporto de Confins.
A obra, orçada em R$ 68,5 milhões, está paralisada.
No processo, a Codemig usa
a perspectiva de atraso na entrega do centro como argumento pela urgência na posse
da área. O objetivo da "cidade"
é reunir em um único local o
gabinete do governador e todas
as secretarias de Estado.
Em dezembro, Aécio tinha
perspectiva de inaugurar o local em 15 de janeiro. Na última
semana, disse que divulgará a
data de inauguração no fim do
mês. O governo nega que o
adiamento esteja associado à
questão dos terrenos e culpa as
chuvas de dezembro.
A 18 km do centro de BH e às
margens da MG-010, o entorno
da Cidade Administrativa carece de estrutura de apoio aos 16
mil servidores que lá trabalharão e para cerca de 10 mil pessoas que passarão ali a cada dia.
As outras quatro áreas objetos de desapropriação servirão,
segundo o governo, para o desenvolvimento de empreendimentos para suprir essa carência, como shopping e hotel.
O governo garante a inauguração da obra mesmo sem o túnel e outras intervenções no
entorno. O acesso de quem
vem de BH será feito por meio
de um retorno em um viaduto a
1,5 km de distância do local.
Na disputa judicial, o ponto
nevrálgico é a divergência entre a indenização oferecida pela Codemig e os valores que os
proprietários acham justo.
O governo, em novembro de
2008, apresentou laudos de
três anos antes para oferecer
R$ 27,24 por metro quadrado.
Os donos, entre eles construtoras e o Banco Santander, sustentam que os terrenos valem
de R$ 300 a R$ 600 o metro
quadrado.
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