São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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PAINEL

Na cartola
Caso não consiga evitar CPI sobre o caso Waldomiro Diniz, o governo pode ofuscá-la com duas outras comissões que, por já contarem com 27 assinaturas no Senado, teriam de ser instaladas antes: uma para apurar a privatização do setor elétrico e outra sobre os cartões do SUS.

Tiro no pé 1
A pelo menos três interlocutores Lula mostrou-se contrariado com petistas que, no calor da hora, defenderam CPI ampla sobre financiamento eleitoral ou disseram que a comissão será necessária apenas se surgir nova denúncia contra Waldomiro.

Tiro no pé 2
Raciocina o presidente que: a) CPI ampla desgastaria principalmente o governo atual, ainda que se descobrisse algo contra o anterior; b) qualquer fato novo contra Waldomiro enfraquecerá o discurso contra a comissão.

Panela de pressão
Subiu muito ontem a temperatura entre Aloizio Mercadante e José Sarney. O primeiro não gostou das críticas à sua atuação no caso Waldomiro. O segundo gostou menos ainda de ver petistas defendendo CPI sobre o caso Lunus, leia-se Roseana.

Para a eternidade
Debruçada sobre o contrato da Gtech com a Caixa Econômica Federal, cuja renovação foi defendida por Waldomiro Diniz, a oposição constatou que o prazo de validade (quase 100 meses) extrapola o limite fixado por lei (até 72 meses).

Outro lado
A Caixa alega que o prazo de validade do contrato foi renovado em abril de 2003, quando houve o último aditamento.

Onde está Waldomiro?
Em resposta a deputados que dizem não ver Waldomiro Diniz "há tempos", Fernando Gabeira criará versão de "Onde Está Wally?" com o ex-assessor da Casa Civil como personagem.

Compra e venda
Recém-nomeado como um dos responsáveis no governo federal pela compra de livros para bibliotecas públicas, Galeno Amorim é sócio de uma editora em Ribeirão Preto, cidade onde foi secretário da Cultura durante a gestão de Antonio Palocci.

No índex
Amorim afirma ter enviado ofício à comissão que vai escolher os livros orientando-a a não comprar obras publicadas por sua editora, a Palavra Mágica. Argumenta ainda estar afastado da direção da empresa desde que foi chamado à prefeitura por Antonio Palocci, em 2001.

Por conta própria
O PT nacional não participará da campanha de Luziane Lins à Prefeitura de Fortaleza. Os petistas cearenses lançaram a candidatura à revelia da cúpula partidária, que defendia o apoio a Inácio Arruda (PC do B).

Operação casada
Na véspera da ida de Maurício Corrêa (STF) ao Senado, o TST anunciou posição oficial contrária ao controle externo do Judiciário. Apenas 2 dos 17 ministros fizeram ressalvas à decisão.

Greve de estréia
Hoje, pela primeira vez, advogados públicos e defensores da União fazem paralisação para reivindicar reajuste salarial.

Polêmica parlamentar
O deputado peemedebista Pedro Passos, que responde a processo por grilagem de terras, é o novo presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa do DF.

Visita à Folha
Saulo de Castro Abreu Filho, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Elaine Ramos Mansano, gerente de projetos, e de Edson Giusti, da Giusti Comunicação.

TIROTEIO

Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre a demissão de Waldomiro Diniz:
-Se o Waldomiro era tão competente e teve uma atuação tão impecável desde que chegou ao Planalto, por que foi demitido? Não há motivo. O governo deveria recontratá-lo.

CONTRAPONTO

Fita do bem

Presença assídua no Rio de Janeiro, Aécio Neves assistiu na sexta passada à apresentação de Martinho da Vila no Canecão. Encerrado o show, o governador de Minas Gerais foi cumprimentar o cantor no camarim, e ambos recordaram viagem que fizeram a Moscou em 1986.
Naquela ocasião, Aécio chefiava a delegação brasileira no Encontro Internacional da Juventude Socialista. O sambista acompanhava o grupo.
Os dois riram ao lembrar que uma confusão no aeroporto de Argel quase impediu Aécio de voltar ao Brasil. Só embarcou após Martinho insistir com o comandante. Ao final do papo, o tucano sacou uma fita de vídeo, despertando a desconfiança bem-humorada do cantor:
-Eu, hein! Fita é coisa perigosa, veja só esse caso do governo.
-Essa é inofensiva- tranqüilizou-o Aécio. Eram apenas imagens da visita a Moscou.


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