São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 2006

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PAINEL

Dia de São Nunca
Se depender do presidente Delcídio Amaral (PT-MS) e do relator Osmar Serraglio (PMDB-PR), Nilton Monteiro não chegará a se sentar no banco de testemunhas da CPI dos Correios. Os dois cerraram fileiras para resistir aos apelos do PT de convocar o lobista.

Preto no branco
As novas ameaças de Monteiro foram tomadas pela cúpula da comissão como tentativa de chantagem. Delcídio e Serraglio avisaram aos parlamentares que ele só será chamado se mostrar o original da "lista de Furnas".

Figura carimbada
Executivos de empresas citadas na "lista de Furnas" procuraram membros da CPI para relatar tentativas de extorsão por parte de Nilton Monteiro. Contaram detalhes das andanças do lobista na Escelsa, do Espírito Santo, e na Samarco Mineração.

Rumo ao tapetão
O PT já tem pronta a defesa de Lula para barrar qualquer iniciativa da oposição de investigar a relação de Fábio, filho do presidente, com a Telemar. Encomendou parecer jurídico e pode até ir ao STF contra a CPI dos Correios, alegando que o caso foge de seu raio de investigação.

Dedo no olho
Mas não irá se restringir à CPI dos Correios a ação da oposição. Requerimentos também vão pedir a apuração do caso na comissão que investiga os Bingos, aquela em que tudo é permitido.

Limite territorial
Parlamentares próximos a José Serra receberam vários pedidos de cidades paulistas que querem a presença do prefeito em eventos. Até agora têm respondido "não, obrigado" para não magoar o Bandeirantes.

A casa é sua
Convidados por Geraldo Alckmin, tucanos do Congresso participarão de um jantar terça em Brasília. Na manhã do mesmo dia, o governador deve receber o apoio de sua bancada estadual.

Para o sacrifício
O PSB tem dito a Ciro Gomes que, caso ele não seja vice na chapa de Lula, pode ser obrigado a deixar a Integração Nacional para ficar à disposição do partido, obcecado pelo cumprimento da cláusula de barreira.

Olho mecânico
Os processos de Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP) chegaram à Mesa da Câmara com dois minutos de intervalo. O pefelista será julgado primeiro, e o petista virá em seguida, no mesmo dia.

Siameses
A proximidade do julgamento de Brant e Luizinho, que há semanas andam unha-e-carne em intermináveis cochichos, é interpretada como cálculo para livrar os dois numa tacada só.

Perdeu o bonde
Absolvido no Conselho de Ética, Pedro Henry (MT) também tentou colar seu destino ao de Brant. O ex-líder do PP solicitou a supressão de todos os prazos até que seu caso fosse a plenário. Nada feito. Deve ser julgado em 15 de março, junto com Wanderval Santos (PL-SP).

Agora vai
Pedro Corrêa (PE) ganhou o apelido de "mensaleiro Big Brother". O presidente do PP escapou de dois "paredões", quando denunciado em ocasiões anteriores ao Conselho de Ética da Câmara. A aposta geral é que não sobreviverá ao terceiro.

Pode esquecer
O presidente nacional da OAB, Roberto Busato, visitou o Senado para pedir urgência na votação da PEC que proíbe o nepotismo nos três Poderes e ouviu de ACM (PFL-BA) a seguinte frase: "Ela não passa na Câmara. Ninguém vai querer tirar os parentes dos cargos de confiança".

TIROTEIO

De Anthony Garotinho, pré-candidato à Presidência pelo PMDB, sobre o jantar dos grão-tucanos FHC, Tasso Jereissati, José Serra e Aécio Neves anteontem no restaurante Massimo, do qual o governador Geraldo Alckmin não participou:
-Um homem com a vida pública e a integridade do governador Geraldo Alckmin não merecia estar fora dessa foto.

CONTRAPONTO

Sonho de uma tarde de verão

Em 1996, último ano de mandato do então prefeito de Ribeirão Preto, Antonio Palocci, o PT local vivia uma disputa interna em torno de quem seria o candidato à sucessão. A reeleição não era então permitida.
Foi com o partido dividido que, em um final de tarde quente, assessores do prefeito e secretários da administração municipal telefonaram a vários jornalistas para informar:
-O candidato será o Sócrates.
O ex-jogador do Corinthians e da seleção brasileira havia ocupado a secretaria de Esportes.
Cada assessor que ligava indicava um secretário como fonte da informação. Este, quando consultado pelo celular, confirmava a indicação.
Horas mais tarde o próprio "candidato" foi localizado por telefone. Indagado sobre a suposta indicação, explicou:
-Eu sei, eles estão aqui do meu lado, na mesa da choperia!


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