São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2007

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Em Umuarama, "O Lindo" e "Ricardão" são os únicos homens do secretariado

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Elas prometem imprimir sensibilidade feminina e modernizar a cidade nas áreas de planejamento, administração, finanças, economia e social. Mas a primeira obra das cinco mulheres que assumiram o primeiro escalão da Prefeitura de Umuarama (PR) foi marcar a hegemonia carimbando os dois únicos secretários homens, Olindo Savi, 50, e Ricardo Riel Ulian, 29, de ""O Lindo e Ricardão".
A brincadeira pegou e o trocadilho já se espalha na cidade de cerca de 100 mil habitantes que fica a 556 km de Curitiba.
""Cheguei a ficar preocupado em ficar pagando mico, mas já não me importo", diz Savi, remanejado da Secretaria do Planejamento para a de Infra-Estrutura na reforma que o prefeito Luiz Renato Ribeiro de Azevedo (eleito pelo PPS e hoje sem partido), 51, promoveu no mês passado.
Ele diz não esperar dificuldades em ser minoria num ambiente de poder. ""A mulher está ocupando bastante espaço e crescendo em todas as áreas." Quanto à brincadeira com seu nome, se faz jus à estampa ou não, ele prefere recorrer ao passado: ""Eu não me considero [bonito], mas minha mãe falava que eu era".
Já Ulian atribui a fama recente ao fato de ser ""novo e alto". Com 1,86 m e perto dos 30, foi o único a sobreviver à reforma de Azevedo na Secretaria da Defesa Social e Segurança Pública. Ele é o chefe da Guarda Municipal.
Casado com mulher ciumenta, segundo disse, ele ainda não comentou o assunto em casa e diz que não é um ""Ricardão". ""Sou [um marido sossegado], mas se não fosse, também diria que sou", responde à provocação da reportagem sobre se o ciúme da mulher tem razão de ser.
O secretário de Infra-Estrutura ainda não sabe o que a mulher pensa da história. Savi mostrou nota do "Painel" da Folha de quinta-feira a respeito, mas diz que ficou ""sem feedback". ""Ela não falou nada, só guardou o jornal."
O prefeito Azevedo disse que não teve intenção determinada de sobrepor as mulheres aos homens no secretariado. ""Foi coincidência. Analisava currículos, competência e alianças políticas. Inconscientemente, acabei buscando a sensibilidade das mulheres."
Na composição anterior, havia apenas uma secretária. Na de agora, Azevedo reservou à própria mulher, Gesimary dos Santos Azevedo, 46, a Supersecretaria do Desenvolvimento Social, que engloba saúde e educação. ""Antes de ser minha mulher, ela é a dra. Gesimary, psicóloga e psicanalista competente", afirma, tratando de atenuar o parentesco na nomeação. ""O único problema é que ela quer discutir trabalho em casa também."


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