São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

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Alencar deixa o hospital após 27 dias, mas terá de ficar duas semanas em SP

Leonardo Wen/Folha Imagem
O vice-presidente José de Alencar deixa hospital paulistano

DA REPORTAGEM LOCAL

Após 27 dias de internação, o vice-presidente José Alencar, 77, deixou ontem o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde fora submetido a uma delicada cirurgia no abdome para retirar nove tumores cancerígenos.
Alencar -que, por orientação médica, deverá passar as próximas duas semanas em São Paulo- chegou a se emocionar ao agradecer às manifestações de apoio.
"Não quero que Deus me dê um dia a mais de vida a não ser que seja objeto de orgulho não só da minha parte, como de minha mulher, dos meus filhos, netos e dos brasileiros que têm me mandado manifestações de apreço", disse o vice-presidente, com os olhos marejados.
O vice, que recebeu alta hospitalar ao meio-dia de ontem, será submetido a uma fisioterapia para recuperação da musculatura: "Alta hospitalar não é alta médica", frisou o cardiologista Roberto Kalil Filho.
Sua recuperação foi rápida: operado no dia 25 de janeiro, Alencar foi transferido da Unidade de Terapia Intensiva para uma Unidade Crítica Coronariana em 2 de fevereiro e, três dias depois, para um quarto simples.
Embora reconheça a complexidade da cirurgia, que durou 17 horas, ele rejeita o rótulo de corajoso: "Onde está a coragem para um cidadão que não tenha alternativa?", disse, acrescentando: "Não tenho medo da morte. Não sei o que é a morte."
O vice-presidente, que foi transportado em cadeira de rodas pelo hall do Sírio-Libanês, levantou-se à saída do hospital e, amparado pela mulher, Mariza, caminhou até o carro. Antes ele fez questão de se despedir de toda a equipe médica.
"Às vezes fico com complexo de culpa. Sou vice-presidente (...) Às vezes, fico triste de não poder oferecer a todos os brasileiros o tratamento que tenho recebido."
Contrariando previsão do presidente Lula, Alencar não defendeu a redução da taxa de juros."Nos últimos meses já está todo mundo falando, então não preciso mais falar [dos juros]", justificou. Ele também evitou comentar as críticas do senador Jarbas Vasconcelos (PE) ao PMDB.


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