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Alencar deixa o hospital após 27 dias, mas terá de ficar duas semanas em SP
Leonardo Wen/Folha Imagem
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O vice-presidente José de Alencar deixa hospital paulistano
DA REPORTAGEM LOCAL
Após 27 dias de internação, o vice-presidente José
Alencar, 77, deixou ontem o
hospital Sírio-Libanês, em
São Paulo, onde fora submetido a uma delicada cirurgia
no abdome para retirar nove
tumores cancerígenos.
Alencar -que, por orientação médica, deverá passar
as próximas duas semanas
em São Paulo- chegou a se
emocionar ao agradecer às
manifestações de apoio.
"Não quero que Deus me
dê um dia a mais de vida a
não ser que seja objeto de orgulho não só da minha parte,
como de minha mulher, dos
meus filhos, netos e dos brasileiros que têm me mandado manifestações de apreço", disse o vice-presidente,
com os olhos marejados.
O vice, que recebeu alta
hospitalar ao meio-dia de
ontem, será submetido a
uma fisioterapia para recuperação da musculatura:
"Alta hospitalar não é alta
médica", frisou o cardiologista Roberto Kalil Filho.
Sua recuperação foi rápida: operado no dia 25 de janeiro, Alencar foi transferido da Unidade de Terapia
Intensiva para uma Unidade
Crítica Coronariana em 2 de
fevereiro e, três dias depois,
para um quarto simples.
Embora reconheça a complexidade da cirurgia, que
durou 17 horas, ele rejeita o
rótulo de corajoso: "Onde está a coragem para um cidadão que não tenha alternativa?", disse, acrescentando:
"Não tenho medo da morte.
Não sei o que é a morte."
O vice-presidente, que foi
transportado em cadeira de
rodas pelo hall do Sírio-Libanês, levantou-se à saída do
hospital e, amparado pela
mulher, Mariza, caminhou
até o carro. Antes ele fez
questão de se despedir de toda a equipe médica.
"Às vezes fico com complexo de culpa. Sou vice-presidente (...) Às vezes, fico
triste de não poder oferecer
a todos os brasileiros o tratamento que tenho recebido."
Contrariando previsão do
presidente Lula, Alencar não
defendeu a redução da taxa
de juros."Nos últimos meses
já está todo mundo falando,
então não preciso mais falar
[dos juros]", justificou. Ele
também evitou comentar as
críticas do senador Jarbas
Vasconcelos (PE) ao PMDB.
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