São Paulo, Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 1999
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Desemprego dobra, diz texto

da Sucursal de Brasília

Levantamento apresentado ontem pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) durante o lançamento da Campanha da Fraternidade 1999 indica que a taxa de desemprego no país mais que dobrou desde 1994, quando o governo lançou o Plano Real. Passou de 3,42% para 7%, em 98.
Os dados, extraídos do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), se referem ao emprego formal e informal nas principais regiões metropolitanas.
Segundo o texto-base da campanha, 755.379 empregos formais (com carteira assinada) foram eliminados nos dois primeiros anos do plano, desde a implantação em 1º de julho de 94 até o fim de 96.
O padre Luiz Bassegio, assessor da Pastoral Social da CNBB, disse que é falsa a idéia de que o desemprego pode ser combatido com a flexibilização da legislação trabalhista. "Os países que mais cortaram direitos dos trabalhadores, como a Espanha e a Argentina, apresentam hoje as maiores taxas de desemprego do mundo", disse.
De acordo com a CNBB, o setor financeiro foi o mais afetado, com a eliminação de 147.233 postos de trabalho. O setor industrial perdeu 16% dos trabalhadores. A indústria automobilística poderá reduzir seus empregos em 30% até 2000. No campo, só em 97, cerca de 200 mil trabalhadores rurais perderam seus empregos.
Em contrapartida, o texto-base diz que "a produtividade aumentou em média 10,2% nos três primeiros anos do Plano Real".


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