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GOVERNO
Uma das propostas é transformá-la em agência de fomento; tal medida pode ser extensiva à Sudam
Estados criticam a
extinção da Sudene
DA AGÊNCIA FOLHA
Os governadores dos nove Estados do Nordeste vão dizer ao ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra, em reunião na
terça-feira, em Recife, que são
contra a extinção da Sudene, mas
que querem uma reestruturação
da autarquia.
A proposta de transformação
da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste em uma
agência de fomento faz parte da
"Agenda de Governo: Biênio
2001-2002", que resume as ações
futuras do governo do presidente
Fernando Henrique Cardoso para
o restante de seu mandato.
A extinção da Sudene, assim como a da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento do Amazonas), é estudada pelo presidente da República desde 1998, mas
sempre foi arquivada devido às
pressões de políticos da região.
A idéia foi reativada quando se
constatou o desvio de R$ 108,6
milhões em projetos da Sudam, o
que resultou na demissão de toda
a sua diretoria.
Bezerra não divulgou detalhes
da proposta, mas FHC quer anunciar os novos órgãos até o final de
março. A idéia do presidente é
criá-los por meio de projeto de lei.
A reunião em Recife foi articulada pelo governador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), depois de
conversar com os governadores
Tasso Jereissati (PSDB-CE) e César Borges (PFL-BA). "Não se pode pensar em reestruturar um órgão como a Sudene, que tem um
conselho deliberativo do qual fazem parte os governadores do
Nordeste, sem ouvir a opinião deles", diz Vasconcelos.
Jereissati diz que reconhece um
"viés paternalista" na ação da Sudene, mas defende uma reestruturação que direcione seus investimentos para a superação do desequilíbrio entre as economias do
Nordeste e do restante do país.
O governador cearense avalia
que a extinção do órgão seja o caminho menos indicado para isso.
Os outros governadores da região têm opiniões semelhantes.
Albano Franco (PSDB), governador de Sergipe, diz que conversou com FHC sobre o assunto, na
última sexta-feira, na visita que o
presidente fez ao seu Estado.
"O presidente nos tranquilizou
bastante. Ele disse que a Sudene
poderá mudar de nome, poderá
mudar a estrutura, mas continuará existindo."
O governador da Paraíba, José
Maranhão (PMDB), afirmou que
a extinção da Sudene seria "mais
um golpe na região Nordeste, que
vem sofrendo um esvaziamento
político ao longo do tempo".
Segundo ele, os problemas não
estão na estrutura da superintendência, mas no posicionamento
político de FHC, que não daria a
devida importância ao órgão.
O governador da Bahia avalia
que a Sudene esteja sendo esvaziada no governo FHC e critica o
fato de sua extinção ser divulgada
ao mesmo tempo em que a da Sudam. "A Sudene não merece estar
no mesmo saco da corrupção que
ocorre na Sudam. Duvido que o
governo acabe com o BNDES, que
tem 85% dos seus recursos aplicados na regiões Sul e Sudeste, caso
encontre corrupção por lá."
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), diz que os
governadores nordestinos devem
ficar otimistas porque, na discussão do projeto de lei que reestrutura a Sudene, o Congresso será
"sensível" às suas preocupações.
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