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Emissoras estatais querem seguir o modelo europeu
Britânica BBC, com 8 canais nacionais em TV aberta, é mantida por taxa que toda residência paga, equivalente a R$ 1,50 por dia
Nos EUA, TV pública reúne 350 emissoras, que recebem recursos de doadores e
de um fundo que recebe dotação governamental
DA SUCURSAL DO RIO
As televisões estatais brasileiras têm como referência os
modelos de gestão das emissoras européias, mas admitem
que o sistema de financiamento adotado lá -em que o usuário paga para manter o serviço- não seria aceito no Brasil,
onde a população já é sobrecarregada de impostos.
O modelo britânico de TV
pública é o mais alardeado entre nós. A BBC tem oito canais
nacionais em TV aberta, sendo
seis digitais. Os dois canais
principais (BBC 1 e 2) são analógicos. A BBC ainda tem dez
emissoras de rádio.
A estrutura da BBC, que tem
20 mil funcionários, é financiada por uma taxa anual que toda
residência britânica com televisor tem que pagar -corresponde a R$ 1,50 por dia. Essa
taxa gera uma receita anual da
ordem de R$ 12 bilhões.
O diretor geral da BBC responde a um conselho curador,
formado por representantes da
população. Os relatórios anuais
de gestão da BBC são examinados pelo Parlamento.
Nos Estados Unidos, a TV
pública reúne 350 emissoras
locais e canais nacionais, que
recebem recursos de doadores
e de um fundo, o CPB (Corporation for Public Broadcasting,
corporação para radiodifusão
pública), criado pelo governo
em 1967 e que recebe dotação
governamental.
O CPB repassa recursos às
emissoras públicas locais e nacionais e também a produtores
independentes de programação. A maior fonte de recursos
das TVs são as doações dos telespectadores. De três a quatro
vezes por ano, as emissoras fazem campanhas para levantamento de recursos.
Na Alemanha, os usuários
pagam uma taxa equivalente a
R$ 45 por mês aos Correios,
que financiam também a TV
pública. A cada quatro ou cinco
anos, as emissoras têm que
anunciar e justificar os aumentos de custos ou da necessidade
de recursos. Uma comissão
examina o pedido e faz uma recomendação aos governos dos
Estados para que orientem os
parlamentares na decisão.
Os Correios e as telecomunicações alemães são da competência da União. Porém, os Estados têm soberania em questões relativas a escolas, informação, arte e cultura.
(ELVIRA LOBATO)
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