São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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Emissoras estatais querem seguir o modelo europeu

Britânica BBC, com 8 canais nacionais em TV aberta, é mantida por taxa que toda residência paga, equivalente a R$ 1,50 por dia

Nos EUA, TV pública reúne 350 emissoras, que recebem recursos de doadores e de um fundo que recebe dotação governamental

DA SUCURSAL DO RIO

As televisões estatais brasileiras têm como referência os modelos de gestão das emissoras européias, mas admitem que o sistema de financiamento adotado lá -em que o usuário paga para manter o serviço- não seria aceito no Brasil, onde a população já é sobrecarregada de impostos.
O modelo britânico de TV pública é o mais alardeado entre nós. A BBC tem oito canais nacionais em TV aberta, sendo seis digitais. Os dois canais principais (BBC 1 e 2) são analógicos. A BBC ainda tem dez emissoras de rádio.
A estrutura da BBC, que tem 20 mil funcionários, é financiada por uma taxa anual que toda residência britânica com televisor tem que pagar -corresponde a R$ 1,50 por dia. Essa taxa gera uma receita anual da ordem de R$ 12 bilhões.
O diretor geral da BBC responde a um conselho curador, formado por representantes da população. Os relatórios anuais de gestão da BBC são examinados pelo Parlamento.
Nos Estados Unidos, a TV pública reúne 350 emissoras locais e canais nacionais, que recebem recursos de doadores e de um fundo, o CPB (Corporation for Public Broadcasting, corporação para radiodifusão pública), criado pelo governo em 1967 e que recebe dotação governamental.
O CPB repassa recursos às emissoras públicas locais e nacionais e também a produtores independentes de programação. A maior fonte de recursos das TVs são as doações dos telespectadores. De três a quatro vezes por ano, as emissoras fazem campanhas para levantamento de recursos.
Na Alemanha, os usuários pagam uma taxa equivalente a R$ 45 por mês aos Correios, que financiam também a TV pública. A cada quatro ou cinco anos, as emissoras têm que anunciar e justificar os aumentos de custos ou da necessidade de recursos. Uma comissão examina o pedido e faz uma recomendação aos governos dos Estados para que orientem os parlamentares na decisão.
Os Correios e as telecomunicações alemães são da competência da União. Porém, os Estados têm soberania em questões relativas a escolas, informação, arte e cultura.
(ELVIRA LOBATO)


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