São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

"A cidade é nossa"

A bancada do PSDB na Câmara paulistana divulga hoje uma carta defendendo a aliança em torno da reeleição de Gilberto Kassab (DEM) e apontando os "êxitos" da parceria do prefeito com seu antecessor, o governador tucano José Serra. O título do manifesto dos vereadores é um balde de água fria lançado sobre a candidatura do correligionário Geraldo Alckmin: "A cidade é nossa, há 40 meses. Hoje, prefeitura e Estado dialogam e agem pelo bem da cidade".
"Escrevi embalado pela solicitação da imensa maioria da bancada", diz o líder, Gilberto Natalini. A reunião semanal dos vereadores, hoje, será realizada no diretório municipal do PSDB e deverá ter a presença do secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo.

Tô fora. Dos 12 vereadores do PSDB, 9 deram aval ao texto. Tião Farias, pró-Alckmin, tem evitado as reuniões da bancada sobre a eleição.

É grave, doutor? Natalini se reuniu com Alckmin na sexta. Após meia hora de conversa sobre acupuntura -ambos são médicos-, o vereador ouviu o curto diagnóstico do ex-governador: "A campanha dura só 90 dias. Não vai atrapalhar a governabilidade".

Bumbo. Lula visitará obras do PAC em Belo Horizonte no dia 3 de abril. A data, acertada com Fernando Pimentel, não é fortuita. Segue-se ao fim de semana no qual o PT local fará um encontro que, tudo indica, pavimentará o caminho para a aliança com o PSDB, em torno de um candidato do PSB, na eleição de outubro. O acordo é costurado pelo prefeito com a bênção do presidente.

Lá e cá. De Pimentel, defendendo a aliança: "O desenho que fizemos em Belo Horizonte não colide com o desenho nacional". Traduzindo: como é que o PT vai vetar apoio a um candidato de uma sigla da base aliada de Lula?

Angels. Com a vitória de Maria do Rosário na prévia para escolher o candidato do PT em Porto Alegre, a cédula na capital gaúcha terá um time de deputadas federais formado, além da petista, por Manuela D'Ávila (PC do B) e Luciana Genro (PSOL).

Misturinha. O vice dos sonhos de Rosário é José Fortunati, pré-candidato pelo PDT.

Também quero 1. Enquanto seus líderes vociferam contra o caráter eleitoreiro das viagens de Lula, parlamentares do PSDB e do DEM pedem ao palácio uma chance de dividir o palanque com o presidente em inaugurações do PAC. Alguns são candidatos em outubro. Outros simplesmente querem ficar bem na foto em suas bases.

Também quero 1. É tal a demanda por carona nessas viagens que, no Planalto, já se discute realizá-las apenas às segundas e sextas. Para não esvaziar demais o Congresso.

Funil. O vereador Auriel Brito, ligado à família Tatto, retirou-se da disputa pela vaga do PT na sucessão do também petista Elói Pietá em Guarulhos, na Grande SP. Vai apoiar o deputado Sebastião Almeida contra a candidata do prefeito, Eneide Moreira.

Do avesso 1. O relator da MP que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas estradas, Hugo Leal (PSC-RJ), fará mudanças radicais no texto. Vai trabalhar em sintonia com a Frente Parlamentar do Trânsito, da qual é vice-presidente. Quer aproveitar a MP para mudar o Código de Trânsito.

Do avesso 2. A proibição de venda pode simplesmente cair. Argumento: já que o governo admite rever o veto para áreas urbanas, ele perde o sentido. "Não é na comercialização que residem os males", diz o presidente da frente, Beto Albuquerque (PSB-RS).

Memória. Será lançado hoje às 18h30, no Memorial da América Latina, em São Paulo, o livro "O Legado de Franco Montoro", com depoimentos organizados por José Augusto Guilhon Albuquerque.

Tiroteio

"Ainda bem que em Porto Alegre temos a Lei da Fila, para não permitir que ninguém fique muito tempo esperando."


De MARIA DO ROSÁRIO, vencedora da prévia que escolheu o candidato do PT à prefeitura da capital gaúcha, respondendo em tom bem-humorado a Dilma Rousseff, que, ao defender o candidato adversário, disse que há "fila na política" e que a deputada deveria "esperar sua hora".

Contraponto

Onde os fracos não têm vez

Na concorrida festa de aniversário do Ministério do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias discursou por quase uma hora. Sentado bem à frente no auditório, Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), petista e mineiro como Patrus, não resistiu e cochilou por alguns instantes.
Acomodados no palco, o governador do Ceará, Cid Gomes, e o prefeito de Manaus, Serafim Corrêa, ambos do PSB, divertiam-se com a sonolência do ministro.
Quando, momentos depois, Cid foi fazer novo comentário com o vizinho, constatou que agora era Serafim quem cerrava as pestanas. Deu-lhe um cutucão:
-Resista, companheiro! Resista!


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