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Ministro viajou nas férias com passagem do Senado
Licenciado da Casa, Hélio Costa foi com a família a Miami com cota de seu suplente
Ministro afirmou que irá devolver as passagens por meio de milhas; Heráclito diz que Wellington Salgado é quem deve explicações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Hélio Costa (Comunicações) utilizou passagens aéreas do Senado para viajar até Miami com sua família
em janeiro deste ano, no período em que estava em férias. Licenciado da Casa desde que assumiu o ministério em julho de
2005, ele pediu os bilhetes para
o seu suplente, senador Wellington Salgado (PMDB-RJ).
A cota de passagem dos senadores é destinada ao exercício
da atividade parlamentar. Como a definição é genérica, cabe
a cada um definir o que interessa ao seu mandato. O ministro
disse que devolverá os bilhetes
por meio de milhas, que podem
ter sido acumuladas com a própria viagem paga pelo Senado.
Salgado disse que esta não foi
a primeira vez que ele deu passagem aérea para o ministro.
"Ele já usou outras vezes a minha cota", disse, sem especificar quantas. A Folha apurou
que Costa não restituiu o Senado pelo uso desses bilhetes.
Segundo o site Congresso em
Foco, a viagem ocorreu no dia 8
janeiro com destino a Miami. O
ministro, que estava acompanhado de mulher e filhos, confirmou que estava em férias na
ocasião, mas que participou de
evento da Câmara Brasil-Estados Unidos como representante do governo brasileiro.
Ele disse que, como ministro,
poderia ter solicitado ao governo passagem de primeira classe, no valor de R$ 8.000, mas
não o fez. Neste caso, porém, a
passagem seria apenas para ele.
Em nota, Costa afirmou que
enviou requerimento à Mesa
Diretora do Senado e que pode
devolver o valor em dinheiro
"em caso de dúvida".
O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), disse que a responsabilidade pelo uso da cota de passagem é de cada senador e que
Salgado deve se explicar.
A doação de passagens da cota para parentes, assessores e
correligionários foi legalizada
anteontem pelo Senado que
definiu, em ato, essa possibilidade. A norma, porém, diz que
os bilhetes devem ser usados
para atender ao mandato.
Senadores têm direito a cinco bilhetes por mês. O valor depende do Estado, mas é cotado
pela maior tarifa das empresas
aéreas, o que permite aos congressistas com um bilhete
comprar outros em promoção.
A cota para Minas, por exemplo, é de R$ 15 mil por mês.
O Ministério Público Federal
já considerou o repasse das
passagens para terceiros ilegal,
mas a recomendação não foi
seguida pelo Congresso.
Na semana passada, a Folha
revelou que a principal secretária do ministro, Eliana Maria
Ros, é contratada pelo gabinete
de Salgado como funcionária
de confiança. Apesar de o seu
expediente ser no ministério, a
Folha apurou que ela recebe do
Senado até pagamento por hora extra. Por mês, ela recebe
R$ 7.484,43. Salgado disse que
ela será exonerada.
O filho do ministro também
era, até 2008, servidor fantasma. Só foi demitido depois de a
Folha revelar que ele estava
contratado no gabinete do senador paraense Flexa Ribeiro
(PSDB), embora morasse em
Belo Horizonte. Na época, o senador admitiu que não conhecia o funcionário, que dizia ser
seu assessor de imprensa.
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