São Paulo, sábado, 18 de abril de 2009

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Casa vai apurar suspeita de venda de passagem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara instaurou ontem uma sindicância para apurar o uso da cota de passagens aéreas dos deputados Paulo Roberto (PTB-RS) e Fernando de Fabinho (DEM-BA) pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, e pelo ministro Eros Grau. A suspeita é que haja um esquema de "terceirização" de bilhetes.
Segundo o site Congresso em Foco, Mendes e a sua mulher, a secretária-geral do TSE, Guiomar Lima Mendes, usaram seis bilhetes, em julho de 2008, para viagens a Nova York e Fortaleza, da cota de Paulo Roberto.
O presidente do STF apresentou ontem documentos que comprovam que as passagens, no valor de R$ 9.200, foram pagas por ele, em cinco parcelas no cartão de crédito e com milhagens. Segundo a documentação, a compra foi feita por um assessor da presidência do STF no escritório em Brasília da agência de viagens Terra Turismo, de Belo Horizonte.
A empresa trabalhou com o tribunal entre 2006 e 2008, mas fechou as portas em Brasília em janeiro. A razão social da empresa que aparece no cartão do ministro, no entanto, é Mania Tour. Essa empresa não foi localizada pela Folha.
Walter Nery Cardoso, diretor da Terra Turismo, diz desconhecer a Mania Tour. Ele confirma, porém, que Suelma Dias dos Santos, responsável pela emissão dos bilhetes de Mendes, foi sua funcionária, mas diz não saber se a venda ao ministro saiu de sua empresa. Ele nega ter contato com deputados. "Nunca comprei passagem para revenda. Isso não tem o menor fundamento."
Já a viagem de Eros Grau, segundo o site, foi feita em março de 2008, de São Paulo para o Rio, com a cota de Fernando de Fabinho. Segundo documento do ministro, o trecho do bilhete, no valor de R$ 379,12, foi pago pela Uerj, onde ele teria participado de uma aula.
O bilhete, segundo o documento, foi comprado na agência Capri Turismo, que não ligou de volta para a Folha.
Paulo Roberto diz que em outubro de 2008 mandou embora um funcionário, cujo nome não foi revelado, por suspeitas de que ele estaria comercializando as passagens.
Fabinho diz que nunca vendeu sua cota. "Não sei do que se trata. Nunca desconfiei de ninguém, mas vou apurar o que está acontecendo", disse.


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