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Casa vai apurar suspeita de venda de passagem
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara instaurou ontem
uma sindicância para apurar o
uso da cota de passagens aéreas
dos deputados Paulo Roberto
(PTB-RS) e Fernando de Fabinho (DEM-BA) pelo presidente
do STF, Gilmar Mendes, e pelo
ministro Eros Grau. A suspeita
é que haja um esquema de "terceirização" de bilhetes.
Segundo o site Congresso em
Foco, Mendes e a sua mulher, a
secretária-geral do TSE, Guiomar Lima Mendes, usaram seis
bilhetes, em julho de 2008, para viagens a Nova York e Fortaleza, da cota de Paulo Roberto.
O presidente do STF apresentou ontem documentos que
comprovam que as passagens,
no valor de R$ 9.200, foram pagas por ele, em cinco parcelas
no cartão de crédito e com milhagens. Segundo a documentação, a compra foi feita por um
assessor da presidência do STF
no escritório em Brasília da
agência de viagens Terra Turismo, de Belo Horizonte.
A empresa trabalhou com o
tribunal entre 2006 e 2008,
mas fechou as portas em Brasília em janeiro. A razão social da
empresa que aparece no cartão
do ministro, no entanto, é Mania Tour. Essa empresa não foi
localizada pela Folha.
Walter Nery Cardoso, diretor da Terra Turismo, diz desconhecer a Mania Tour. Ele
confirma, porém, que Suelma
Dias dos Santos, responsável
pela emissão dos bilhetes de
Mendes, foi sua funcionária,
mas diz não saber se a venda ao
ministro saiu de sua empresa.
Ele nega ter contato com deputados. "Nunca comprei passagem para revenda. Isso não
tem o menor fundamento."
Já a viagem de Eros Grau, segundo o site, foi feita em março
de 2008, de São Paulo para o
Rio, com a cota de Fernando de
Fabinho. Segundo documento
do ministro, o trecho do bilhete, no valor de R$ 379,12, foi pago pela Uerj, onde ele teria participado de uma aula.
O bilhete, segundo o documento, foi comprado na agência Capri Turismo, que não ligou de volta para a Folha.
Paulo Roberto diz que em
outubro de 2008 mandou embora um funcionário, cujo nome não foi revelado, por suspeitas de que ele estaria comercializando as passagens.
Fabinho diz que nunca vendeu sua cota. "Não sei do que se
trata. Nunca desconfiei de ninguém, mas vou apurar o que está acontecendo", disse.
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