DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

De 2003, quando chegou ao Senado, até ontem, o senador Mão Santa (PMDB-PI) fez seu milésimo discurso, marca imbatível no período. Ao seu estilo, comparou: "Eu vi o Pelé fazer mil gols. Eu acho isso, [meus discursos] muito mais importante que o futebol".
No discurso, Mão Santa repetiu sua defesa da instituição, ignorando a crise que passa o Senado. Sobre o uso das passagens aéreas por parentes, sua sentença: "Feio seria se eu levasse a mulher dos outros". Foi elogiado por vários colegas, como o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).
Os pronunciamentos prolongados do senador -geralmente ele deixa o plenário apenas quando não há mais colegas para ouvi-lo- movimentam várias pessoas. Diariamente, taquígrafas e seguranças são obrigados a fazer hora extra até que ele encerre a sessão. Há quem já o tenha visto cochilar durante o próprio discurso, enquanto ouvia um aparte.
O tema é sempre o mesmo: exaltação ao Piauí, ao Senado, à sua mulher e críticas ao "Luiz Inácio", como ele chama o presidente Lula.
Mão Santa nunca foi presidente do Senado, mas, segundo o seu gabinete, já presidiu por mais horas as sessões do que os titulares do cargo. Quando fala, ele gosta de ser ouvido e quando alguém tenta sair de fininho, ele chama pelo microfone.


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