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DATAFOLHA
Só 28% ligam Serra ao PSDB, e 47% associam Dilma ao PT
Percentual dos que sabem que Lula apoia ex-ministra vai a 61%, maior patamar
43% dos eleitores de Dilma
dizem seu nome também na
pesquisa espontânea, e 31%
dos que votam em Serra já o
escolhem sem ver uma lista
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de as duas últimas
pesquisas Datafolha terem
mostrado estabilidade nos posicionamentos de José Serra
(PSDB) e Dilma Rousseff (PT)
na corrida presidencial, vários
resultados cruzados indicam
haver ainda grande potencial
para mudanças no desempenho de ambos os candidatos.
No final de março, Serra estava com 36% e Dilma com 27%.
Agora, três semanas depois, os
percentuais são 38% e 28%, segundo o levantamento dos dias
15 e 16. A margem de erro é de
dois pontos percentuais.
Mas continuam a ocorrer alterações na percepção dos eleitores sobre quem são os candidatos. O Datafolha sempre pergunta quem o eleitor acredita
ser o nome apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
cuja aprovação está em 73%.
A curva dos que apontam Dilma como a candidata de Lula é
ascendente. Em dezembro,
52% dos entrevistados a identificavam com o presidente. Em
março, esse percentual pulou
para 58% e, agora, para 61%.
Um dado curioso é que apenas 47% sabem dizer corretamente que o partido de Dilma
Rousseff é o PT. Ou seja, as pessoas estão mais informadas sobre o apoio de Lula do que a respeito da filiação partidária da
ex-ministra da Casa Civil.
Ainda assim, o reconhecimento partidário de Dilma é o
maior entre os pré-candidatos.
Só 28% respondem que José
Serra é do PSDB -e 5% acham
que o tucano é o candidato
apoiado por Lula. No caso de
Ciro Gomes, 7% o identificam
com o PSB, e 20% sabem que
Marina Silva se filiou ao PV.
"Há alguns indicadores na
pesquisa que mostram que o
voto dado a Dilma parece ser,
no momento, mais convicto do
que os declarados aos outros
candidatos", diz o diretor-geral
do Datafolha, Mauro Paulino.
Além da identificação partidária há também o cruzamento
entre a intenção de voto espontânea (quando o entrevistado
diz sua preferência sem ver os
nomes dos candidatos) e a estimulada (quando é apresentada
uma lista de nomes).
Pode parecer estranho, mas
muitos eleitores declaram um
voto na pesquisa espontânea,
que é apresentada antes, e depois mudam de opinião ao serem confrontados com a lista
de candidatos no questionário.
"Isso ocorre porque ainda estamos no início do processo eleitoral. Muitos não refletiram a
respeito", explica Paulino.
Quando o eleitor fala de maneira espontânea que vai votar
em alguém e ratifica esse voto
na pesquisa estimulada, trata-se de um apoio convicto. No caso de Dilma Rousseff, 43% dos
seus eleitores na pesquisa estimulada já haviam votado nela
na pergunta espontânea.
Já no caso de Serra, só 31%
dos seus eleitores estimulados
haviam declarado voto nele antes de ver o questionário.
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