São Paulo, Domingo, 18 de Abril de 1999
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Para empresários, falta projeto

da Agência Folha, em Belo Horizonte

A avaliação dos empresários mineiros sobre a Cemig é que a estatal mineira não tem um projeto de desenvolvimento para o Estado.
"O projeto da Cemig como empresa pública tem de ser totalmente revisto, dentro do projeto de desenvolvimento do Estado. Como estatal, o eixo central deve ser o desenvolvimento do Estado", afirma Stefan Salej, presidente da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais).
Segundo ele, a Cemig não cumpriu esse papel até 1998. Salej se refere ao fato de a empresa não ter programas para reduzir custos e atrair novos negócios, de forma a promover o crescimento industrial e propiciar competitividade às empresas mineiras.
"Somos favoráveis que seja privatizada, mas somos definitivamente contra se (a privatização) for selvagem (sem a preocupação do desenvolvimento do Estado)."
Salej diz que a empresa privada pode ser muito eficiente na prestação do serviço público e como gestora do desenvolvimento industrial, desde que o governo crie um órgão regulador, uma espécie de Aneel estadual -a Aneel é o órgão federal que fiscaliza as energéticas.
Mesmo que o governo não venda a Cemig, a Fiemg defende a criação desse órgão regulador estadual.
Em relação aos projetos sociais da Cemig, Salej diz que isso é uma questão de organização do Estado. "É só ter as verbas específicas que qualquer um executa", disse.
Para a Fiemg, em três meses e meio de governo não dá para mudar a política de atuação da empresa, mas os empresários esperam que isso ocorra em breve. Uma das sugestões seria a Cemig trazer para Minas todos os seus fornecedores.

Usina
A Cemig vai construir, a partir deste ano, uma usina hidrelétrica no Vale do Jequitinhonha, a região mais pobre de Minas, conforme solicitação do governador Itamar Franco-o projeto previa o início da obra para o ano 2000.
A usina de Irapé integra o programa de seis novas hidrelétricas a serem construídas nos próximos anos. Ela será instalada entre os municípios de Berilo e Coronel Murta, no médio Jequitinhonha. A usina terá capacidade instalada de 390 MW (suficiente para gerar energia para 1 milhão de habitantes) e custará R$ 400 milhões.


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