São Paulo, sábado, 18 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Segundo revista, Henrique Alves teria US$ 15 mi no exterior

Acusação faz PMDB trocar indicado para vice de Serra

Junior Santos - 26.abr.2002/"Diário de Natal"
O deputado federal Henrique Eduardo Alves, até ontem favorito para ser vice de José Serra (PSDB)


RAYMUNDO COSTA
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB deve escolher entre a deputada Rita Camata (ES) e o senador Pedro Simon (RS) o nome do candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra à Presidência da República, nas eleições de outubro.
O deputado Henrique Eduardo Alves, o favorito da direção do PMDB, ficou inviabilizado após reportagem publicada na edição da revista "IstoÉ" que circulou ontem: Alves teria feito depósitos bancários no valor total de US$ 15 milhões em contas bancárias em paraísos fiscais.
O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), depois de descartar o nome de Henrique Alves, disse que o nome da deputada é o mais forte e anunciou que o partido vai indicar o candidato a vice na chapa de Serra até a próxima quarta. "Penso que a Rita passa a ser forte candidata. O Serra gosta dela", disse Temer.
O líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), afirmou ontem que o seu nome preferido também é o de Rita, embora tenha sido o integrante da cúpula que mais se opôs à indicação da deputada capixaba.
A decisão do PMDB foi tomada na noite de quarta passada, quando a história sobre Henrique Alves já era comentada no governo e no partido. Há outros nomes sendo considerados, como o do ex-prefeito de Joinville Luiz Henrique e o do presidente do Senado, Ramez Tebet (MS).
Tebet é o favorito da bancada do PMDB no Senado. Ele não precisaria renunciar à presidência da Casa para compor a chapa. Mas, mesmo que o fizesse e assumisse o vice Edison Lobão (MA), isso só beneficiaria o PFL mediante um amplo acordo: em caso de renúncia, um novo presidente precisa ser eleito.
Rita passou a ser a favorita de Serra após a equipe de pesquisas de sua campanha detectar que ela seria a companheira ideal para somar mais votos à chapa. Mas ele também sempre manteve a expectativa de contar com Simon, nome de expressão nacional identificado, como Rita, com a chamada ala "ética" do PMDB.
Com a desistência do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, o maior temor de Serra era a indicação de um vice que pudesse ser atingido por algum tipo de denúncia. Por essa razão, ele retardou o quanto pôde o acerto final com a direção peemedebista, que desejava apressá-lo.
Pessoalmente, Serra sempre disse que nada tinha contra Henrique Alves. Ficou até surpreso com a rapidez do PMDB em afastá-lo da disputa sem dar oportunidade para o deputado apresentar sua versão. Formalmente, a cúpula peemedebista não chegou a fazer a indicação ao pré-candidato tucano.
Temer e Geddel defendiam a candidatura de Henrique Alves, que representaria o Nordeste, mas não saíram em defesa do deputado. "O nome dele agora está inviabilizado. O PFL tentou sustentar a Roseana [Sarney". Nós estamos eliminando. Mas isso não significa que não vamos cumprir o nosso compromisso e indicar o nome do partido na próxima semana", disse Temer.
"Ele estava dentro das especulações, mas não foi indicado em nenhum momento como candidato. Agora, ele que dê as explicações. Isso não tem nada a ver com o partido", disse Geddel.

Investigação
O PT vai pedir que as acusações publicadas pela revista "IstoÉ" contra o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) sejam investigadas pelo Conselho de Ética da Câmara. O conselho é responsável pelos processos de falta de decoro parlamentar, que podem até levar à cassação do mandato do deputado.


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