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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Segundo revista, Henrique Alves teria US$ 15 mi no exterior
Acusação faz PMDB trocar indicado para vice de Serra
Junior Santos - 26.abr.2002/"Diário de Natal"
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O deputado federal Henrique Eduardo Alves, até ontem favorito para ser vice de José Serra (PSDB) |
RAYMUNDO COSTA
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PMDB deve escolher entre a
deputada Rita Camata (ES) e o senador Pedro Simon (RS) o nome
do candidato a vice-presidente na
chapa do tucano José Serra à Presidência da República, nas eleições de outubro.
O deputado Henrique Eduardo
Alves, o favorito da direção do
PMDB, ficou inviabilizado após
reportagem publicada na edição
da revista "IstoÉ" que circulou
ontem: Alves teria feito depósitos
bancários no valor total de US$ 15
milhões em contas bancárias em
paraísos fiscais.
O presidente nacional do
PMDB, deputado Michel Temer
(SP), depois de descartar o nome
de Henrique Alves, disse que o
nome da deputada é o mais forte e
anunciou que o partido vai indicar o candidato a vice na chapa de
Serra até a próxima quarta. "Penso que a Rita passa a ser forte candidata. O Serra gosta dela", disse
Temer.
O líder do partido na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA), afirmou
ontem que o seu nome preferido
também é o de Rita, embora tenha sido o integrante da cúpula
que mais se opôs à indicação da
deputada capixaba.
A decisão do PMDB foi tomada
na noite de quarta passada, quando a história sobre Henrique Alves já era comentada no governo e
no partido. Há outros nomes sendo considerados, como o do ex-prefeito de Joinville Luiz Henrique e o do presidente do Senado,
Ramez Tebet (MS).
Tebet é o favorito da bancada do
PMDB no Senado. Ele não precisaria renunciar à presidência da
Casa para compor a chapa. Mas,
mesmo que o fizesse e assumisse
o vice Edison Lobão (MA), isso só
beneficiaria o PFL mediante um
amplo acordo: em caso de renúncia, um novo presidente precisa
ser eleito.
Rita passou a ser a favorita de
Serra após a equipe de pesquisas
de sua campanha detectar que ela
seria a companheira ideal para somar mais votos à chapa. Mas ele
também sempre manteve a expectativa de contar com Simon,
nome de expressão nacional identificado, como Rita, com a chamada ala "ética" do PMDB.
Com a desistência do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, o maior temor de Serra
era a indicação de um vice que
pudesse ser atingido por algum tipo de denúncia. Por essa razão,
ele retardou o quanto pôde o
acerto final com a direção peemedebista, que desejava apressá-lo.
Pessoalmente, Serra sempre
disse que nada tinha contra Henrique Alves. Ficou até surpreso
com a rapidez do PMDB em afastá-lo da disputa sem dar oportunidade para o deputado apresentar sua versão. Formalmente, a
cúpula peemedebista não chegou
a fazer a indicação ao pré-candidato tucano.
Temer e Geddel defendiam a
candidatura de Henrique Alves,
que representaria o Nordeste,
mas não saíram em defesa do deputado. "O nome dele agora está
inviabilizado. O PFL tentou sustentar a Roseana [Sarney". Nós estamos eliminando. Mas isso não
significa que não vamos cumprir
o nosso compromisso e indicar o
nome do partido na próxima semana", disse Temer.
"Ele estava dentro das especulações, mas não foi indicado em nenhum momento como candidato.
Agora, ele que dê as explicações.
Isso não tem nada a ver com o
partido", disse Geddel.
Investigação
O PT vai pedir que as acusações
publicadas pela revista "IstoÉ"
contra o deputado Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN) sejam investigadas pelo Conselho
de Ética da Câmara. O conselho é
responsável pelos processos de
falta de decoro parlamentar, que
podem até levar à cassação do
mandato do deputado.
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