São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

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PAINEL

Mesmo barco
O PTB sabe que uma CPI dos Correios lhe causará prejuízo, mas não maior do que ao PMDB e ao próprio PT. Daí a tranqüilidade com que Roberto Jefferson desceu da tribuna da Câmara anunciando que assinaria o pedido para instalar a comissão.

Leite gordo
Um petista familiarizado com a logística das nomeações no governo Lula explica por que, no início de 2003, o partido teve cuidado especial na escolha do nome para ocupar a diretoria de Tecnologia dos Correios: "É um lugar de licitações enormes".

Por um triz
Eduardo Medeiros de Morais, posto na Tecnologia dos Correios pelo secretário-geral do PT, Silvio Pereira, é considerado um diretor de "baixo perfil". Os petistas estavam prestes a perder a estratégica posição para o PTB quando veio à luz a gravação da cobrança de propina.

Mesma moeda
De um deputado petista sobre a carta, apresentada por Jefferson, em que Mauricio Marinho pede desculpas ao presidente do PTB pelas acusações que lhe faz na gravação: "Um funcionário flagrado levando dinheiro não teria problemas em pedir desculpas também por dinheiro".

Não desiste nunca
Eduardo Suplicy estava no plenário quando foi citado por Jefferson, que lembrou de acusação recebida do petista à época de Collor. O senador esperou até o deputado receber todos os cumprimentos. Quando conseguiu chegar até ele, cumprimentou-o pelo apoio à CPI.

Pensando bem
Vicentinho foi um dos deputados petistas a assinar o pedido de instalação da CPI dos Correios. Mas, à diferença de outros colegas de bancada, o candidato derrotado à prefeitura de São Bernardo mudou de idéia e retirou seu nome da lista.

Sem isolamento
No Planalto, há gente com dor de cabeça em razão da solidariedade hipotecada por Lula a Roberto Jefferson. Alegam os receosos que, se surgir prova do envolvimento do petebista com cobrança de propinas, o presidente estará em maus lençóis.

Não é comigo
No almoço ontem, Lula disse aos líderes que o governo não tinha candidato à vaga da Câmara no TCU. Portanto, a eventual derrota de José Pimentel (PT-CE), à noite confirmada, não deveria ser debitada de sua conta.

Pró-ativo
Nos últimos dias, José Dirceu telefonou a deputados em série à caça de votos para o candidato petista ao Tribunal de Contas. O que não impediu a vitória do homem de Severino Cavalcanti.

Agenda policial
Correios, Waldomiro, Celso Daniel: a pauta enfrentada por José Dirceu no "Roda Viva" estava mais para Justiça ou PF que para Casa Civil. Não espanta que o ministro, a dada altura, tenha disparado: "Eu sou inocente!".

Pausa para 2006
Em meio a carregada agenda ontem em São Paulo, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, encontrou um tempinho para almoçar com a ex-prefeita Marta Suplicy, firme na disputa pela vaga do PT na sucessão paulista.

Via judicial 1
Conformado com a previsão de que Geraldo Alckmin conseguirá aprovar hoje na Assembléia paulista a privatização da CTEEP, o PT prepara ações na Justiça contra a venda da empresa. Quer evitar o reforço de caixa do presidenciável tucano.

Via judicial 2
A idéia é adiar ao máximo a entrada de quase R$ 700 mi nos cofres paulistas com a venda da empresa, responsável pela transmissão de energia. Como uma das principais interessadas na aquisição é a CPFL, gigante do setor, petistas apontarão "monopólio econômico".

TIROTEIO

Do líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PA), sobre a proposta de CPI dos Correios:
-A comissão é instrumento político da oposição contra o governo. Não vamos aceitar.

CONTRAPONTO

Estou na parada

Assim que teve sua nomeação para a presidência do Banco Popular confirmada, o petista Geraldo Magela fez uma visita de cortesia ao correligionário e senador Cristovam Buarque, ex-governador do Distrito Federal.
Cristovam, que tem feito mistério sobre se pretende ou não voltar a disputar esse cargo no ano que vem, aproveitou para brincar com Magela, também apontado como eventual pré-candidato ao posto.
-Magela, nos abandonaste?
-Por quê?
-Assumindo cargo tão importante no governo Lula, você não vai mais poder ser o nosso candidato ao governo.
O senador fazia, assim, alusão a um acordo que teria sido fechado para que, em troca da nomeação, Magela desistisse da candidatura. Mesmo assim, o outro se manteve firme:
-Imagine! Agora é que eu vou ficar mais forte.


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