São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005 |
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CRISE DOS CORREIOS Presidente do PTB faz sua defesa na Câmara, nega ser padrinho político de Maurício Marinho e assina pedido de abertura de comissão mista Jefferson se diz vítima de extorsão e apóia CPI
FÁBIO ZANINI CONSULTORIA - Jefferson afirmou que na fita Marinho recebe R$ 3.000 de um interlocutor pelo que seria uma consultoria, não propina. "Ele não vendia nem comprava nada. Ele estava sendo contratado como consultor". RELACIONAMENTO - "Durante
toda a conversa, o sr. Maurício
Marinho fez, por erro absolutamente irresponsável, afirmações
ufanistas. [...] Chamou para si a
responsabilidade de decisões que
creio que não tem, a importância
de relações que tenho certeza de
que não possui. [...] Estive com ele
três ou quatro vezes. Ele esteve
uma vez no meu aniversário. Outra vez, no aeroporto. Esteve uma
vez na liderança do partido. Mas
nunca integrou nossos quadros e
nunca recebeu delegação para pedir recursos a qualquer pessoa." EXTORSÃO - Jefferson contou
que foi procurado por uma pessoa identificada como "comandante Molina" em Belém, em
março. "Esse senhor era muito falante e se apresentou como consultor da Prefeitura de Belém. Pediu a mim para intermediar algo
com Osório [Antônio Osório Batista, diretor de Administração
dos Correios] e eu lhe disse que
não podia, porque eu não era um
homem de negócios. Ele, então,
passou a me telefonar e eu não
atendia. No dia 28 de abril, me liga
o senador Ney Suassuna dizendo
que tinha um companheiro de
farda, ex-oficial de Marinha, querendo ser recebido por mim. Disse ao senador que iria receber a
seu pedido. Foi a meu gabinete no
dia 3 de maio. Voltou com a mesma conversa. E disse que tinha
uma fita que um grupo de empresários fez, em que Marinho fala
pessoalmente do recebimento de
propinas para mim e para o meu
partido. E que esses empresários
queriam negociar a fita. Eu disse:
não faço negócio." LICITAÇÃO - O deputado disse
ainda que um dos empresários citados por Molina seria um "coronel Fortuna", que teria tido um
contrato de R$ 35 milhões com os
Correios cancelado. "O dr. Osório
revogou uma licitação por interesse público de empresas representadas pelo coronel Fortuna, no
valor de R$ 35 milhões. O coronel
Fortuna foi ao Maurício Marinho." A Folha apurou que os militares seriam um coronel da Aeronáutica (Fortuna) e um comandante da Marinha (Molina). CARGOS - Jefferson afirmou que
o PTB não indicou a direção da
Transpetro nem da Infraero.
Também não teria 2.000 cargos
no governo federal. "Se tem não
me contaram. Temos diretorias
na Eletronorte, Eletronuclear, BR
Distribuidora, Caixa Econômica
Federal, Embratur e algumas delegacias nos Estados." CPI - "O PTB não tem preocupação com CPI. O PTB não é um
partido fisiológico, todos os nossos cargos estão à disposição." PT - "Houve uma conversa entre
mim e o Genoino. Iríamos apoiar
o PT em alguns Estados, e o PT,
que, segundo os jornais, possuía
um caixa de mais de R$ 120 milhões, iria transferir recursos para
o PTB. Isso acabou não se concretizando. Genoino não pôde, disse
que não dava para sustentar as
suas campanhas, quanto mais as
minhas. Não foi algo que ferisse a
moral, a ética ou a boa relação republicana entre partidos." |
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