São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

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RALO MUNICIPAL

PF diz que esquema desviava verba de merenda escolar e saúde

Polícia prende oito prefeitos em AL por desvio de R$ 1,8 mi

MARCOS RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Oito prefeitos e quatro ex-prefeitos de municípios de Alagoas foram presos ontem pela Polícia Federal, em Maceió, acusados de integrar um esquema para desviar dinheiro destinado à merenda escolar, que era repassado às prefeituras pelo governo federal.
Segundo o superintendente da PF em Alagoas, Rogério Cotta, o esquema desviou, de janeiro até o início deste mês, cerca de R$ 1,8 milhão. Segundo a PF, o grupo atuava havia cerca de dez anos.
Outras 15 pessoas também foram presas ontem no Estado, entre assessores e secretários municipais. No total, 31 mandados de prisão temporária foram expedidos pelo desembargador Marcelo Navarro, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 5ª Região. Os mandados de prisão foram dados com base em um inquérito da Polícia Federal que investiga um possível esquema montado por 11 prefeituras para desviar dinheiro.
O cumprimento dos mandados ganhou o nome de Operação Gabiru, nome usado na região Nordeste para designar ratos grandes.
Além das prisões, os agentes da PF apreenderam documentos e computadores dos acusados. Auditores da Controladoria Geral da União acompanharam a PF para auxiliar na identificação dos documentos necessários para o aprofundamento da investigação. A investigação utilizou escutas telefônicas autorizadas pela Justiça.

Líder
O ex-prefeito de Rio Largo Rafael Torres (sem partido), dono da empresa Suevit, que é especializada em fornecimento de alimentos para a merenda a prefeituras, foi apontado como líder do esquema.
Ao chegar algemado à sede da Superintendência da PF, em Maceió, Torres negou a acusação e disse não saber por que estava sendo preso.
Segundo a PF, o esquema consistia em montar empresas fantasmas para que apenas a Suevit vencesse as licitações, com preços superfaturados. Foram apreendidos também R$ 250 mil em dinheiro, além de US$ 28 mil e 20 mil. Três espingardas foram encontradas, segundo a PF, na casa do prefeito de São Luiz do Quitunde, Cícero Cavalcante (PDT), que negou integrar o esquema.


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