São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

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AMAPÁ

Atitude seria retaliação política

Deputado quer que sua acusadora volte ao cargo

THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma semana após denunciar um esquema de grilagem (apropriação indevida de áreas públicas) de terras no Estado, a superintendente do Incra do Amapá, Maria Cristina do Rosário Almeida, foi "requisitada" a voltar a trabalhar na Assembléia Legislativa "por necessidade de serviço" pelo presidente da casa, o deputado Jorge Amanajás (PSDB), um dos principais acusados de envolvimento no suposto crime.
"É uma retaliação política que estou sofrendo", afirmou Rosário, que havia denunciado à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal o deputado federal Gervásio Oliveira (PMDB-AP), o deputado estadual Eider Pena (PDT), o juiz César Augusto Scapin, o ex-procurador de Justiça Hernandes Lopes e empresários, além de Amanajás.
No documento, eles são acusados de ocupar irregularmente 28 mil hectares da União para realizar um projeto particular de produção de biodiesel. Todos eles negam a acusação e afirmam que a denúncia tem um viés político
Rosário é servidora concursada da Assembléia, de onde recebe salário, mas ocupa desde o ano retrasado o cargo de superintendente do Incra no Amapá.
Segundo ela, a atitude visa seu corte da folha de pagamento, pois os deputados sabem que ela não deixará o cargo no órgão federal.
A assessoria do Incra em Brasília, entretanto, afirma que "administrativamente não há o que fazer, pois ela é cedida pela Assembléia", mas que o caso foi levado à Casa Civil por se tratar de uma questão política.


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