ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

O governador Ivo Cassol, do PSDB, disse que, apesar de gravar conversas com deputados desde 2003, só divulgou as fitas agora porque as autoridades federais não investigaram as denúncias.
"Distribuí o material no momento exato. No ano passado, distribuí para o Ministério Público Federal e entreguei os documentos contra a Assembléia Legislativa. Em 2002, pedi intervenção federal em Rondônia, já prevendo que tudo isso podia acontecer. Neste ano, entreguei novamente os documentos e uma fita ao Ministério Público Federal."
Cassol informou que encaminhará uma cópia das gravações ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, nos próximos dias. "Tem mais coisa na fita, o "Fantástico" editou." O material contém desde gravações de mais de dois anos atrás até imagens deste ano. Ele disse não temer um indiciamento por prevaricação por não ter divulgado as fitas anteriormente. "Não segurei as fitas na manga. Eles falavam que eu não ia ter governabilidade, que não ia ter Orçamento. Tive que gravar para mostrar o que acontecia."
Cassol negou a hipótese de ter dado maior publicidade às denúncias agora como retaliação aos deputados, que ameaçam cassar seu mandato. O governador afirmou que não usou as gravações como moeda de troca com os parlamentares. "Em nenhum momento eu utilizei as fitas para nada. Não fui sentar com ninguém para negociar. Tanto que vieram para negociar e não aceitei."
Cassol atribuiu o pedido de impeachment contra ele a insatisfações pessoais dos deputados. "No ano passado, eu mandei R$ 94 milhões para a Assembléia, mas eles queriam mais dinheiro... Arrumaram uma desculpa, um laranja para dizer que eu tinha cometido improbidade administrativa."


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