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CASO SANTO ANDRÉ
Para promotores, Gomes da Silva, ex-vereador do PT e empresário desviaram recursos com prefeito morto
Promotoria denuncia ex-assessores de Celso Daniel por fraudes
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Promotoria Criminal de Santo André denunciou ontem o ex-segurança Sérgio Gomes da Silva,
o ex-vereador Klinger Luis de Oliveira Souza (PT) e o empresário
Ronan Maria Pinto pelos crimes
de formação de quadrilha, fraude
e dispensa ilegal de licitação.
Após o oferecimento da denúncia, que é uma acusação formal na
Justiça, caberá ao juiz a decisão final sobre abrir um processo na
Justiça. Se isso ocorrer, os denunciados transformam-se em réus.
O juiz pode rejeitar a denúncia.
Segundo a Promotoria, Gomes
da Silva, Klinger e Ronan atuaram
em parceria com o prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel (PT), para desviar recursos
públicos. Foi denunciado ainda o
ex-secretário de Daniel e também
petista Maurício Mindrisz.
Os crimes, segundo o Ministério Público, ocorreram entre janeiro de 1997 e janeiro de 2002 e
foram operados de dentro da prefeitura por Daniel, Klinger (ex-secretário municipal) e Gomes da
Silva, que, mesmo sem cargo público, exercia grande influência na
administração pública municipal.
O favorecido, ainda segundo o
órgão, foi o empresário Ronan,
dono de empresas de transporte,
de coleta de lixo e de engenharia.
Uma das empresas dele, a Rotedali, foi contratada em 12 ocasiões
para limpeza, varrição e manutenção do aterro sanitário. Os
contratos somavam aproximadamente R$ 50 milhões.
Do total, dez contratos foram
feitos sem licitação e três foram
condenados pelo Tribunal de
Contas do Estado e dois pela Justiça cível de primeira instância.
Na denúncia, a Promotoria afirmou que parte do dinheiro desviado da administração pública
serviu para alimentar o caixa dois
de campanhas eleitorais do PT
-o que a sigla nega.
Gomes da Silva estava com Daniel no momento em que este foi
seqüestrado, em janeiro de 2002.
O prefeito foi encontrado morto
dois dias depois, e o ex-segurança,
denunciado como o mandante.
"Sérgio, aproveitando-se de seu
prestígio junto à administração,
idealizou com Daniel a formação
da sociedade delinqüente e era
um dos destinatários dos recursos
ilícitos. Foi tesoureiro de campanha eleitoral de 1996 [de Daniel].
(...) Arrecadou diretamente parte
do dinheiro, que foi depositado
na sua conta-corrente", afirmaram os promotores Amaro José
Thomé Filho, Adriana Ribeiro
Soares de Morais e Roberto Wider Filho na denúncia.
Gomes da Silva foi sócio de Ronan em empresas de ônibus em
Fortaleza e em Cuiabá. Mindrisz
era o diretor-superintendente do
Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo
André), autarquia municipal que
assumiu os contratos celebrados
com a empresa Rotedali.
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