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PT tem dívida com governo federal de R$ 12,9 milhões
Pendência com órgãos subordinados a petistas é de 27% do valor devido pela sigla
Débitos do partido são três vezes maiores que o seu patrimônio; legenda só não quebrou porque isso não está previsto na legislação
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quebrado desde o escândalo
do "mensalão", o PT pendurou
grande parte de suas dívidas
nos cofres públicos. São
R$ 12,85 milhões em pagamentos atrasados ao Banco do Brasil, Receita Federal, Caixa Econômica Federal e INSS (Instituto Nacional de Seguridade
Social), todos órgãos subordinados a ministérios petistas.
O raio-x consta da prestação
de contas anual do partido entregue no início do mês à Justiça Eleitoral. A "dívida estatal"
do PT é 27% de um buraco recorde de R$ 47,43 milhões.
O Banco do Brasil é a instituição pública que tem mais a receber da sigla, com R$ 10,2 milhões. Ao INSS o PT deve R$
2,03 milhões, em repasses de
contribuições de funcionários
atrasadas. A sigla deve R$ 586
mil ao Ministério da Fazenda
por Imposto de Renda não recolhido e R$ 34 mil à Caixa
Econômica Federal pelo não
repasse de FGTS.
Além do PT, apenas o PSDB
declara ter dívidas à Justiça
Eleitoral. Mas seu débito com
órgãos federais é menor: R$ 105
mil, entre dívidas com Receita
Federal, Previdência e FGTS.
Para todos os efeitos, o PT está "insolvente", com uma dívida três vezes maior que o patrimônio do partido -só não quebra definitivamente porque isso não está previsto em lei.
Os problemas financeiros começaram há dois anos, com a
descoberta do esquema de financiamento irregular montado pelo ex-tesoureiro Delúbio
Soares com ajuda do publicitário Marcos Valério de Souza.
Na relação entregue ao TSE, os
credores são, na maioria, fantasmas da era Delúbio.
Os dois únicos empréstimos
bancários intermediados por
Marcos Valério que o partido
reconhece, com o Rural e o
BMG, continuam em aberto.
Com o Rural, a dívida declarada
é de R$ 7,02 milhões e, com o
BMG, de R$ 4,6 milhões.
Permanece inalterada a dívida de R$ 11,03 milhões com a
Coteminas, indústria têxtil da
família do vice-presidente José
Alencar, por camisetas adquiridas para a campanha de 2004.
O próprio Marcos Valério
aparece como credor do PT.
Tem a receber R$ 351 mil, referentes a uma parcela do empréstimo com o BMG que ele,
na condição de avalista, pagou.
Mas o publicitário quer mais:
pede na Justiça cerca de R$ 100
milhões pelos empréstimos
"não-contabilizados" que teria
conseguido para o PT.
O publicitário Duda Mendonça tem direito a R$ 210 mil
por meio de uma de suas empresas, a CEP. O ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira é
credor de R$ 4.184,26, por "serviços técnicos profissionais".
O tesoureiro nacional do partido, Paulo Ferreira, não atendeu à Folha ontem.
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