São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Um corte linear

A televisão e a internet fizeram o possível com os 46 da Operação Navalha, que parece não deixar partido nenhum de fora. Na Globo, o "JN" selecionou assim: "Empresários, funcionários públicos, políticos. A PF prende mais de 40 acusados de fraudes. Entre eles o ex-governador do Maranhão e um assessor especial do Ministério das Minas e Energia". A Band destacou "dois prefeitos, um deputado e o ex-governador".
A Folha Online, "o ex-governador e os prefeitos", mais o atual governador, cuja prisão "a Justiça nega". Na imagem de Bob Fernandes, no Terra Magazine, é "navalha na carne da história do poder à brasileira", ou ainda, "um corte sócio-antropológico nas relações entre o estado brasileiro e suas infindáveis verbas".

UM FIO DE BIGODE
Bloomberg e Reuters deram ontem as apostas de Barclays, Credit Suisse, JP Morgan e de outros "bancos de Wall Street", de que o grau de investimento, a nota máxima para o Brasil nas agências de classificação de risco, vem mesmo em 2008. A divisão entre eles é se vai sair no início ou no final do ano.
O "Financial Times" afirmou que só falta um "whisker", um fio de bigode, para a nota.

EFEITO BRASIL
O "La Nación" diz que, "no mercado argentino, se começa a descrever como "efeito Brasil" a marcante recuperação dos papéis da dívida" argentina. No título, "contágio do Brasil".
Mas o mesmo jornal noticiou que o ministério da economia questionaria ontem, em evento em Washington, a "estratégia de Lula", dizendo que "a alta do real mostra um dos riscos de uma política monetária dura", como a adotada no Brasil.

MILHO NÃO, CANA
Em artigo assinado por dois acadêmicos, o "Los Angeles Times" voltou a criticar a opção dos EUA pelo etanol de milho -e a defender que "importar a variedade baseada em açúcar de cana, do Brasil, faz muito mais sentido". No final, cobrou "retirar a tarifa de importação".

"CANA", A SÉRIE
O "Miami Herald" destacou a nova série anunciada pela CBS para o ano, "Cana", com Jimmy Smits, estrela da TV americana que fará parte de uma "família cubano-americano envolvida com fazenda de açúcar" ou Big Sugar, como descreve o jornal.
O produtor avisa que, "entre as coisas de que vão falar estará o que vai ocorrer quando Fidel morrer, quem vai assumir, o que poderá significar Raul".

NADA DE FIDEL
O mesmo "Miami Herald" deu a longa reportagem "Por que Chávez e Castro atacam o programa de etanol dos EUA", ouvindo o Departamento de Estado -e dizendo que a ação de ambos é ligada ao petróleo e à influência política na região.
Vale sublinhar que, segundo o blog de Ancelmo Góis, Lula viaja ao Caribe, em dois meses, e "não vai a Cuba ver Fidel".

David Rochkind - nytimes.com
Ex-sem-terra na capa do ‘NYT’

POBRES VS. RICOS
Ontem a manchete do "Wall Street Journal" e um texto em destaque no "New York Times", mais multimídia nos sites dos dois, retrataram a reforma agrária na Venezuela. O "WSJ" criticou a "tomada de terra" e a ineficiência das cooperativas. O "NYT" falou em "land wars", guerras por terra, mas foi quase elogioso à "ambiciosa reforma" que "injetou otimismo nos pobres e medo nos ricos". O canal de notícias da BBC, em reação, debateu a questão com links ao vivo de Caracas.

O MÉDICO E OS POBRES
Em longo artigo no "NYT", o médico e jornalista da "New Yorker" Atul Gawande se soma aos críticos da indústria farmacêutica, por não abrir a patente de diversos remédios importantes à produção como genéricos, em países pobres. Lista um histórico vexatório.

GOOGLE UNIVERSAL
O Google anunciou e as agências destacaram que vem aí um buscador "universal", que vai misturar a ferramenta geral com aquela de notícias. O blog Valley Wag alerta que, desse modo, o Google vai usar notícias de jornais e outros para veicular publicidade sua.

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@ - Nelson de Sá


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