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Deputado arranca lágrimas da cúpula do PTB
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sentado ao lado da filha,
com a bandeira do partido
em punho, o deputado Roberto Jefferson (RJ) voltou a
demonstrar seu talento teatral na reunião do PTB. Chorou três vezes, foi chamado
de "herói" na tribuna, e arrancou lágrimas da cúpula
ao transferir o comando do
partido a Flávio Martinez.
Diante de uma platéia de
petebistas dispostos a ovacioná-lo, Jefferson comandou o evento em clima de
programa de auditório. Por
mais de quatro horas, congressistas e lideranças regionais se alternaram para discursar em defesa dele.
O clímax ocorreu quando
ele levou a bandeira que empunhava para um Martinez
que parecia se desfazer em
lágrimas. "Tudo foi combinado, menos isso", disse
Nelson Marquezelli (SP).
Jefferson recebeu a benção
de políticos evangélicos e teve seu nome ligado a Getulio
Vargas (1883-1954), João
Goulart (1918-1976) e a Leonel Brizola (1922-2004).
As manifestações em favor
do petebista também tiveram camisetas com a mensagem "Eu acredito em Roberto Jefferson", confeccionadas pela Juventude do PTB.
No hotel de Brasília onde
ocorreu o evento foi colocada ainda uma faixa -retirada em seguida- com os dizeres "PC Faria e Delúbio
faz", em alusão ao tesoureiro
da campanha de Fernando
Collor (1990-1992), Paulo
César Farias, e ao tesoureiro
do PT, Delúbio Soares.
Entre os pronunciamentos, Jefferson saudava coloquialmente antigos amigos.
Da filha Cristiane Brasil, vereadora no Rio, ouviu que
ele era "alguém que tem coragem de atravessar o deserto à frente da tropa".
O primeiro a discursar foi
o líder do PTB na Câmara,
José Múcio (PE), que sugeriu
a retirada da pauta do item
sobre a reeleição de Jefferson. "Não gosto quando diz
que enfrentará essa briga sozinho." "O senhor cometeu
um equívoco ao dizer que
estava sozinho. Não está e
não vai ficar", disse o presidente do PTB-SP, deputado
Campos Machado.
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