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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Alckmin é vaiado em festa e questiona caráter do presidente
Na sexta, candidato tucano insinuou que Lula seria "chefe de uma quadrilha de 40 ladrões" e disse que vaia "é normal"
Ontem, em Rio Grande (RS), o presidenciável se reuniu com políticos locais e disse que a seleção vencerá a Austrália, hoje, por 3 a 1
MAURíCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM AMERICANA
O candidato à Presidência
pelo PSDB, Geraldo Alckmin,
foi vaiado na noite de sexta-feira durante discurso na 20ª Festa do Peão de Americana (128
km à noroeste da capital).
Depois, em entrevista, questionou o caráter do presidente
Lula e insinuou que ele seria o
"chefe de uma quadrilha de 40
ladrões". "Sobre caráter, eu
acho difícil que o presidente
Lula possa discorrer sobre esse
tema. Porque o procurador da
República disse que, entre ministros, assessores diretos e nos
altos escalões, havia uma quadrilha de 40 ladrões, e a população pergunta quem é o chefe
dessa quadrilha. É isso que ele
precisa responder", disse.
Alckmin reagiu às declarações de Lula em Olinda (PE),
anteontem. O presidente havia
dito ter caráter ao responder
aos ataques da oposição, a
quem atribuiu um "jogo rasteiro" contra seu governo.
Com relação às vaias, Alckmin disse que "isso é normal".
"Aliás é um recado. Nunca atrase festa". No dia 16 de fevereiro
deste ano, quando inaugurou a
segunda etapa de obras da USP
Leste, enfrentou um protesto
de um grupo de 15 estudantes,
que pediam mais verbas para a
educação. Na ocasião, o tucano
foi vaiado insistentemente.
Alckmin chegou à festa do
peão, em Americana, por volta
das 21h. Conversou com os organizadores e, por eles, foi levado à arena (que comporta cerca
de 5.000 pessoas), acompanhado de políticos locais.
Após as lideranças locais discursarem, foi a vez do candidato tucano falar. Nesse momento, começaram as vaias generalizadas. Alckmin discursou por
cerca de um minuto, falando
sobre a importância do evento,
que, segundo a organização,
reuniu cerca de 30 mil pessoas.
Depois, passeou pela festa,
cumprimentou pessoas e tirou
dezenas de fotos.
O candidato disse ainda que
as eleições serão decididas em
dois turnos e que conquistar
votos no Nordeste é o grande
desafio dele para chegar ao segundo turno. "Essa é uma eleição em dois turnos e nós temos
que trabalhar para ir para o segundo", disse Alckmin.
O tucano ainda respondeu ao
presidente Lula que não há
ódio na oposição. " Não há nenhum ódio. É estranho que o
PT, que criticava tanto não goste de ser criticado. Você ficar
bravo com a notícia é não ter
aprendido com a crise."
Ontem, Alckmin disse, ao desembarcar em Rio Grande (322
km de Porto Alegre), que o presidente Lula "trouxe desesperança para o Brasil por causa de
sua política de omissão".
Depois foi à Câmara Municipal da cidade acompanhado de
políticos locais e de Yeda Crusius, que deve ser a candidata
tucana ao governo do Estado.
Antes de seguir rumo a Pelotas, Alckmin falou de futebol.
Disse que a seleção vencerá hoje a Austrália por 3 a 1.
Em Pelotas (263 km ao sul de
Porto Alegre), ele fez mais críticas ao presidente. "Lula está
abusadíssimo no uso da máquina pública. Faz uma campanha
descarada, descerrando placas
[de obras] que não existem."
Com ÁLVARO GUIMARÃES colaboração para a
Agência Folha, em Rio Grande e Pelotas (RS)
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