São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Políticos da base e oposição criticam sentença

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ministros do governo Lula, políticos aliados e oposicionistas criticaram a multa aplicada à Empresa Folha da Manhã, à Editora Abril e à pré-candidata petista à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PT).
"É evidente que entrevistas não são propaganda eleitoral, e sim exercício de jornalismo", afirmou o ministro Franklin Martins (Comunicação Social).
Para Tarso Genro (Justiça), a decisão será modificada. "Acho um equívoco. Uma decisão desse tipo -com todo o respeito que tenho pelo Poder Judiciário e pelo magistrado- evidentemente vai ser reformada."
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), também criticou a decisão. "Houve uma precipitação. A imprensa só está exercendo o seu papel."
Para o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi um "abuso" e uma decisão totalmente equivocada. "Vários atores políticos são sempre entrevistados. Vejo que não se pode considerar antecipação de campanha quando ela [Marta] não é nem candidata, porque ainda não houve a convenção."
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou que a decisão foi um "exagero", mas disse acreditar que tanto os veículos de comunicação como a pré-candidata devam ganhar ao recorrer da multa em outra instância. "O que tivemos foi uma entrevista política responsável, com perguntas desafiadoras."
Na opinião do líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), a decisão do juiz deixa o pré-candidato como "um candidato fantasma". "Como o candidato vai falar com o povo se não puder dar entrevista?"
"Foi um exagero de interpretação", disse o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). O deputado José Aníbal (PSDB-SP) classificou o ato como "cerceamento da liberdade de expressão". "Imagine se Barack Obama e Hillary Clinton não pudessem dar entrevista lá nos Estados Unidos, não pudessem falar da guerra no Iraque e outros assuntos polêmicos. Não faz sentido."
Líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) afirmou que a decisão estimula a "autocensura". "Isso é pior que a censura", disse o tucano. "Não podemos calar a voz de ninguém."
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) observou que a Constituição veda toda restrição à "manifestação de pensamento, criação, expressão e informação, sob qualquer forma, processo ou veículo".
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) apontou que a Justiça Eleitoral não tomou nenhuma medida contra as viagens do presidente Lula pelo país. "Ele vai a lugares para anunciar realizações e obras que nem sequer tiveram início. Isso é que é campanha."
Já Delcídio Amaral (PT-MS) classificou como "inacreditável" o caso. "Estão cerceando o trabalho dos veículos de comunicação, que é informar."


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Candidato: Kassab diz discordar de decisão contra petista e imprensa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.