São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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Mato Grosso usa dados do Inpe para fazer propaganda

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de questionar diversas vezes publicamente os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o governo de Mato Grosso distribuiu à imprensa um folheto em que usa números do órgão para fazer propaganda de suas ações de combate ao desmatamento.
No material, aparecem as taxas de desmate nos Estados segundo o sistema Prodes (Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia) e é ressaltado que o Estado obteve redução de 72% em áreas desmatadas entre 2005 e 2007. A reportagem refez o cálculo e chegou a uma redução de 65,3% -de 7.145 km2 para 2.476 km2.
O folheto também diz que "há três anos Mato Grosso deixou de ocupar a primeira posição nacional em desmatamento". O Estado perdeu o posto de campeão no ranking nos últimos dois anos fiscais (de agosto de um ano a julho do outro). Mas ainda não é possível saber se manterá o feito em 2007/ 2008. "Anota aí, quando fechar, vai ser menor que essa taxa [de 2.476 km2]", disse à Folha Luís Henrique Daldegan, secretário de Meio Ambiente.
O governador Blairo Maggi (PR) várias vezes duvidou dos dados do Inpe do sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real). Chegou a dizer que "o Inpe, nos últimos tempos, tem feito a divulgação de índices de desmatamento muito elevados em relação ao que temos encontrado".
Segundo o secretário, o governo não concorda com o fato de o Deter considerar não só corte raso, mas também degradação florestal -enquanto o Prodes detecta só corte raso.
O Inpe avalia que o Prodes, que é anunciado no segundo semestre, vai confirmar os dados do Deter de tendência de alta no desmatamento na Amazônia Legal. Segundo Dalton Valeriano, do Inpe, houve confirmação nos últimos três anos.


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