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Aliados defendem demissão de diretor
da Sucursal de Brasília
Aliados do presidente Fernando
Henrique Cardoso na Câmara defendem a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, João Batista
Campelo. A Executiva Nacional do
PSDB, partido do presidente, concluiu ontem que, independentemente de se comprovar seu envolvimento com atos de tortura,
Campelo ficou "sem condições políticas" de permanecer no cargo.
"Ele ficou desprovido, em função
de fatos políticos, de condições de
gerenciar a PF", disse o presidente
nacional do PSDB, senador Teotônio Vilela Filho (AL), logo após a
reunião da Executiva.
O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), afirmou que "o
governo deve tomar uma decisão
rápida, ao longo deste fim-de-semana. Já há elementos para a decisão". Vilela acrescentou que FHC
deve tomar uma decisão rápida se
for provado o envolvimento de
Campelo em tortura.
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), também acha
que a saída de Campelo é inevitável: "Para a manutenção da política de direitos humanos, não há como ele ficar no cargo".
Ontem, o governo não mobilizou
sua base para defender o diretor-geral da PF no depoimento na Comissão de Direitos Humanos da
Câmara. Ao contrário, líderes desautorizaram a tropa de choque de
defesa montada pelo deputado Elton Rohnelt (PFL-RR), vice-líder
do governo na Câmara. "O deputado Rohnelt não está na comissão
(defendendo Campelo) em nome
do PFL", afirmou Inocêncio.
"Uma coisa é certa. O governo
não transige na sua política de direitos humanos", afirmou o líder
do governo no Congresso, Arthur
Virgílio (PSDB-AM). Virgílio disse
que FHC só espera o resultado da
investigação da Casa Militar, pedida pelo próprio presidente.
O secretário-geral do PSDB, deputado Márcio Fortes (RJ), disse
que o PSDB precisa ter uma posição "contundente". "Seria cômico
se não fosse trágico. É uma sucessão de babaquices. Desde a exigência do PMDB (de escolher o nome
para o cargo) até a nomeação do
diretor-geral sem muita pesquisa."
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