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REFORMA DA REFORMA
Reivindicações da entidade não foram acolhidas pelo governo; presidente da central deve encontrar Lula hoje
CUT abandona trégua e ameaça greve
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional da CUT
(Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, abandonou o
tom conciliador e afirmou ontem
que poderá organizar uma nova
greve para pressionar o governo
federal a rever a reforma da Previdência. O relatório apresentado
ontem não contemplou nenhuma
das reivindicações defendidas pela central sindical.
"É uma reforma altamente prejudicial, principalmente para os
baixos salários", disse Marinho,
que deverá se encontrar hoje com
Luiz Inácio Lula da Silva. Será, segundo ele, a primeira audiência
formal com o presidente.
"Não tem data para a greve, tudo irá depender dessa audiência
com o presidente", afirmou o presidente da CUT, que responsabilizou os governadores pelas mudanças finais no texto da reforma
da Previdência.
As propostas defendidas pela
CUT são basicamente três: aumento da faixa de isenção da contribuição previdenciária dos funcionários aposentados, aumento
do teto de aposentadoria de R$
2.400 para R$ 4.800 e uma flexibilização da aplicação do redutor
salarial de 5% ao ano para os servidores que decidirem se aposentar antes da idade mínima.
Dizendo apostar na "sensibilidade" do presidente, Marinho
afirmou que irá adotar medidas
de "convencimento e de pressão",
caso as propostas da entidade não
sejam atendidas. Além de apoiar a
greve dos servidores, que teve início no último dia 8, o presidente
da CUT disse que poderá organizar novas paralisações.
Para Marinho, o fato de o governo não ter acolhido suas propostas não é sinal de desprestígio.
"Vamos esperar o fim das negociações. Um golzinho de virada é
sempre mais emocionante."
Repúdio
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, informou em nota enviada
à imprensa que "lamenta e repudia" o que chamou de a "insensata" manutenção da aposentadoria
integral dos servidores públicos e
a paridade de reajuste entre ativos
e inativos. Para ele, o novo texto
irá prejudicar a sociedade e comprometer a capacidade do Estado
em fazer investimentos.
"Estamos perplexos com a mudança brusca nos rumos do governo", afirmou o secretário-geral, para quem o texto apresentado não corrige distorções do modelo previdenciário, como as altas
aposentadorias.
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