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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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REFORMA DA REFORMA

Reivindicações da entidade não foram acolhidas pelo governo; presidente da central deve encontrar Lula hoje

CUT abandona trégua e ameaça greve

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, abandonou o tom conciliador e afirmou ontem que poderá organizar uma nova greve para pressionar o governo federal a rever a reforma da Previdência. O relatório apresentado ontem não contemplou nenhuma das reivindicações defendidas pela central sindical.
"É uma reforma altamente prejudicial, principalmente para os baixos salários", disse Marinho, que deverá se encontrar hoje com Luiz Inácio Lula da Silva. Será, segundo ele, a primeira audiência formal com o presidente.
"Não tem data para a greve, tudo irá depender dessa audiência com o presidente", afirmou o presidente da CUT, que responsabilizou os governadores pelas mudanças finais no texto da reforma da Previdência.
As propostas defendidas pela CUT são basicamente três: aumento da faixa de isenção da contribuição previdenciária dos funcionários aposentados, aumento do teto de aposentadoria de R$ 2.400 para R$ 4.800 e uma flexibilização da aplicação do redutor salarial de 5% ao ano para os servidores que decidirem se aposentar antes da idade mínima.
Dizendo apostar na "sensibilidade" do presidente, Marinho afirmou que irá adotar medidas de "convencimento e de pressão", caso as propostas da entidade não sejam atendidas. Além de apoiar a greve dos servidores, que teve início no último dia 8, o presidente da CUT disse que poderá organizar novas paralisações.
Para Marinho, o fato de o governo não ter acolhido suas propostas não é sinal de desprestígio. "Vamos esperar o fim das negociações. Um golzinho de virada é sempre mais emocionante."

Repúdio
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, informou em nota enviada à imprensa que "lamenta e repudia" o que chamou de a "insensata" manutenção da aposentadoria integral dos servidores públicos e a paridade de reajuste entre ativos e inativos. Para ele, o novo texto irá prejudicar a sociedade e comprometer a capacidade do Estado em fazer investimentos.
"Estamos perplexos com a mudança brusca nos rumos do governo", afirmou o secretário-geral, para quem o texto apresentado não corrige distorções do modelo previdenciário, como as altas aposentadorias.


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