São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 2005

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Humberto Costa diz que PT poderá não pagar suas dívidas irregulares

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O secretário nacional de comunicação do PT, Humberto Costa, acenou ontem com a possibilidade de o partido deixar de pagar os débitos que não estejam regulares e documentados.
"Só podemos assumir a dívida que está escriturada, que está registrada em documentos do partido", disse o ex-ministro da Saúde, em Recife. "Não vejo como é que vamos poder tratar de uma dívida que não tem nada no papel."
Se concretizada, a medida atingiria os supostos credores que teriam abastecido o PT de forma clandestina para financiar campanhas e pagar parlamentares em troca de apoio ao governo.
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares estimou ter recebido, só do empresário Marcos Valério, cerca de R$ 40 milhões na forma de empréstimos ao partido.
Esse valor, entretanto, corresponde a cerca de 50% do débito calculado pela nova cúpula petista, de R$ 20,4 milhões, mais juros e multas. Corrigido, o rombo estaria hoje em R$ 30 milhões.
O ex-ministro admitiu que a crise envolvendo o partido e o Congresso "resvala no governo indiretamente". "Mas acho que a população está sendo inteligente em identificar que nem Lula nem o governo têm envolvimento direto com essas denúncias."
O saneamento das contas do PT, disse Costa, será discutido amanhã, em São Paulo, em reunião dos novos caciques da legenda. "Vamos ter que discutir isso, até porque a gente não sabia dessa dívida", declarou.
Sobre rumores de que a oposição estaria articulando um pedido de cassação do registro do PT, disse não acreditar nessa possibilidade. "Isso aí certamente pode ser alguma tentativa de alguém querer, no tapetão, tirar o PT das disputas políticas. É uma coisa inaceitável", declarou.

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