São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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Defesa tentou excluir pontos problemáticos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os dois pontos que a defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tentou suprimir ontem do pedido de perícia estão entre os principais problemas encontrados pela Polícia Federal na análise preliminar que fez da papelada apresentada pelo presidente do Senado.
A perícia prévia -que foi entregue ao Senado há quase um mês- aponta 20 inconsistências ou indícios de irregularidades na documentação entregue pelo senador, entre elas notas fiscais emitidas fora da ordem cronológica e o fato de que as GTAs (Guias de Trânsito Animal, documentos exigidos para o transporte de animais vivos) não correspondem às vendas informadas nas notas fiscais.
A documentação analisada pelos peritos na época reunia notas fiscais, recibos, GTAs, extratos bancários e cópias de cheques entregues ao Senado pelo próprio Renan em uma tentativa de comprovar que obteve ganho agropecuário de R$ 1,9 milhão nos últimos quatro anos. Agora, o senador deverá apresentar novos documentos que também serão periciados.
A perícia preliminar afirma que as 88 notas fiscais "foram enviadas de forma avulsa, sem estarem afixadas ao respectivo talonário de origem", acrescentando que, "nesse sentido, verificou-se que em algumas operações a ordem cronológica da emissão (...) não seguiu a seqüência numérica desses documentos fiscais".
Além disso, os peritos também detectaram problemas como rasuras, campos sem preenchimento e divergência no selo de autenticidade em 10 das 88 notas.
Para o questionamento feito ontem sobre se as GTAs confirmam as vendas referidas nas notas fiscais apresentadas, os peritos afirmam na análise prévia que "não há vínculo das informações constantes das GTAs, a título de data e quantidade de animais, com as especificadas nas notas fiscais", apesar de os dois documentos possuírem a mesma data de saída do gado.
Além das divergências em relação às datas de venda e à quantidade dos animais, as notas informam fazendas de origem diversas das inscritas nas guias, além de "grande parte dos destinatários do gado vendido, cujos nomes constam das GTAs, não coincidir com aqueles informados nas notas fiscais". (RANIER BRAGON)


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