São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2000


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PAINEL


Águas turvas
O caso EJ está provocando uma reviravolta na indicação da diretoria da ANA (Agência Nacional de Águas). FHC prometera fazer nomeações "técnicas", mas, sentindo-se fortalecidos pela crise, os partidos aliados do governo estão tentando dobrar o presidente e indicar seus afilhados políticos para o órgão.

Santo remédio
A ANA foi aprovada no final de junho. A indicação de cinco diretores deveria ter saído em julho. Já estava tudo acertado quando explodiu o caso EJ. "Embolou", diz um auxiliar de FHC. Os cargos da ANA são disputados principalmente pelos políticos do Nordeste, onde água é sinônimo de poder.

Rédea curta
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, é quem vai comandar a venda da seguradora da Caixa Econômica Federal.

Tempo de bonança
Jader Barbalho (PMDB-PA) saiu de uma conversa ontem com FHC com algo bem mais substancioso do que a garantia de que a aliança PSDB-PFL-PMDB continua: R$ 75 milhões para a hidrovia Araguaia-Tocantins que haviam sido cortados do Orçamento da União.

Casa grande
Graças ao PT, o contribuinte pode vir a pagar para que a classe média mantenha sua empregada doméstica. Desde o dia 1º de agosto tramita na Câmara projeto de Arlindo Chinaglia (PT-SP) que torna dedutível do Imposto de Renda Pessoa Física o salário, o FGTS e a contribuição ao INSS do serviçal.

Tédio parlamentar
Principal batedor do governo na subcomissão que investiga Eduardo Jorge, o senador Artur da Távola (PSDB) fez questão da convocação de diretores do TRT-SP. Na hora do depoimento, porém, perdeu subitamente o interesse pelo assunto. Fez três ou quatro perguntinhas, virou as costas e se mandou.

Cumplicidade
Os deputados de Brasília derrubaram um veto de Joaquim Roriz (PMDB) a projeto que aumenta os gastos da Câmara Distrital e contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal. Os parlamentares estavam acertados com o próprio Roriz. O governo federal promete reagir.


Sintonia fina
Sem eleição para prefeito e vereadores, Brasília está livre do horário gratuito na TV. Mas a Globo entrou no clima. Enquanto as demais cidades assistem à campanha, a capital federal vê a reprise da mininovela "O Fim do Mundo", de Dias Gomes.

Lelé da cuca
A cúpula da campanha de Marta Suplicy faz uma leitura alternativa dos bordões de Geraldo Alckmin (PSDB) -que diz ter a "cabeça no lugar" e promete um governo "sem bagunça". A alusão crítica ao PT é lida como um esforço para descolar Alckmin de Covas, já que o governador adora uma confusão e não prima pela serenidade.

Escanteio sindical
Ao contrário de Vicentinho, Jair Meneguelli (PT) não foi chamado para a mesa diretora do congresso da CUT em Serra Negra (SP), no qual será escolhido o novo dirigente da entidade. Contrariado, o deputado, que dirigiu a CUT por 11 anos, pegou o carro e foi embora da cidade.

Sala de aluguel
Nelson Pellegrino, candidato do PT em Salvador, ofereceu seus estúdios para que o rival Arthur Maia, tucano, grave seu programa. Sem o apoio do PSDB nacional, Maia ameaçou renunciar, o que beneficiaria o projeto de Antonio Imbassahy (PFL) de vencer no 1º turno.

Pobre, mas com pose
O tucano Arthur Maia não aceitou o apoio do candidato petista, mas foi obrigado a cortar custos de sua campanha. No seu comitê, fala-se em pressão de ACM sobre empresários para "estrangular" sua candidatura.

TIROTEIO

Do senador José Agripino (PFL-RN), sobre Covas, que se diz contrário à manutenção da aliança do PSDB com o PFL:
- Não estamos procurando nem mendigando uma aliança. Resta saber se Covas fala pelo PSDB, porque são notórias as suas divergências com FHC.

CONTRAPONTO

Um homem sem profissão
Com a moral de FHC meio em baixa, multiplicam-se as histórias e anedotas a seu respeito, algumas ridicularizando a profissão do "príncipe da sociologia".
Em Brasília, voltou às rodas uma passagem envolvendo o assessor especial da Presidência, Moreira Franco. Em janeiro último, o ex-governador teve o seu apartamento, no Leblon (zona sul do Rio), assaltado por seis homens. Nada de mais grave aconteceu e os bandidos acabaram presos pela polícia.
Consta, porém, que, ao invadir o local, os ladrões, sem reconhecer Moreira Franco, perguntaram o que ele fazia da vida.
- Sou sociólogo -respondeu o assessor, temendo ser identificado como político.
- Queremos saber o que você faz!! -retrucou um marginal.
- Sou sociólogo -insistiu Moreira, admitindo depois do susto que, ali, ser sociólogo era sinônimo de não fazer nada.


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