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CASO SANTO ANDRÉ
Medida tinha sido solicitada havia três anos pela família do ex-prefeito de Santo André, assassinado em 2002
Polícia paulista reabre inquérito sobre morte de Daniel
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, determinou ontem a volta da Polícia
Civil na investigação sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT).
O secretário resistiu três anos
para ordenar a medida, que vinha
sendo solicitada pela família de
Daniel. O prefeito foi morto em
janeiro de 2002 quando voltava de
um jantar com o ex-segurança e
empresário Sérgio Gomes da Silva, apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime.
Abreu Filho entendia que a polícia já havia investigado o caso, detido seis homens da Favela Pantanal e concluído por crime comum, sem mandantes nem plano
específico para matar Daniel.
A conclusão do Ministério Público foi oposta. Disse que o crime
foi premeditado, que Gomes da
Silva é réu (não testemunha, como disse a polícia) e que outras
pessoas ainda estão envolvidas.
Mortes
O retorno da polícia no caso foi
definido ontem em reunião entre
familiares de Daniel e promotores
criminais de Santo André. O delegado-geral da Polícia Civil, Marco
Antônio Desgualdo, que avalizou
a primeira investigação, também
estava presente.
No encontro, que teve troca de
farpas entre promotores e policiais, ficou decidido que a polícia
irá ajudar o Ministério Público na
investigação de outros possíveis
mandantes do crime.
A polícia irá investigar ainda a
série de assassinatos que aconteceram após a morte de Daniel. Em
janeiro do ano passado, a Folha
publicou que seis pessoas que tiveram algum vínculo com os fatos
que cercaram a morte do prefeito
foram assassinadas.
Foi morto, por exemplo, o garçom que atendeu a mesa de Daniel e de Sérgio Gomes no restaurante, na noite do crime. Um dia
depois, foi assassinada a testemunha da morte do garçom.
Nova delegada
Abreu Filho pediu para que os
ressentimentos entre policiais e
promotores fiquem no passado e
que órgãos trabalhem juntos para
solucionar o crime.
Os irmãos de Daniel, Bruno e
João Francisco, se opuseram à entrada de delegados do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) no caso -o setor
cuidou da primeira investigação.
Partiu de Desgualdo a indicação
da delegada Elisabete Sato, do 78º
Distrito Policial, dos Jardins. O
nome dela foi aprovado pelos familiares e pela Promotoria, mas
ela ainda será consultada.
Os promotores Roberto Wider
Filho e Amaro Thomé Filho pediram ao secretário a indicação de
dois agentes da polícia que ajudem no trabalho da Promotoria, o
que foi aceito.
"Estamos bastante otimistas
com a entrada da polícia na investigação. O que aconteceu no passado, deve ficar no passado. O que
importa é solucionar o caso", afirmou João Francisco.
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