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Apoiado pela Universal, petista cresce entre pentecostais
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já foi comparado ao demônio por pastores, avança na preferência dos
eleitores evangélicos pentecostais. O percentual que pretende
votar em Lula neste ano aumentou 59%, na comparação
entre pesquisa Datafolha das
eleições de 2002 e de julho deste ano -última a cruzar intenção de voto e religião. Lula
aproxima-se dos evangélicos
desde 2002, quando ganhou o
apoio da Igreja Universal do
Reino de Deus, neopentecostal
ligada a membros do PRB.
Depois do apoio da Universal, Lula aproximou-se ainda
mais dos evangélicos com medidas como a mudança no Código Civil que garantiu personalidade jurídica própria às
igrejas e entidades religiosas e a
inserção de evangélicos em
conselhos de políticas públicas.
Para o professor do Departamento de Comunicação da
PUC-RJ, César Jacob, especialista em análises sobre voto e
religião, o crescimento de Lula
entre pentecostais é resultado
da adoção, pelo petista, de estratégia inaugurada pelo ex-presidente Fernando Collor de
Mello: usar também a máquina
das igrejas pentecostais como
um dos meios para obter votos
nas periferias urbanas.
Para Jacob, prova de que os
apoios dos pentecostais têm
impacto são os mapas eleitorais
de Anthony Garotinho
(PMDB), que teve votações
mais expressivas em 2002 em
anéis pentecostais das periferias urbanas.
A bancada de deputados
evangélicos é cada vez maior: já
tem 61 integrantes, contra 98
que se declaram católicos.
Até o momento, algumas das
principais igrejas pentecostais,
como a Assembléia de Deus e o
Evangelho Quadrangular, ainda não oficializaram apoios a
candidatos, mas fazem discursos de aprovação ao presidente.
"Quando ele era candidato, o
Brasil não o conhecia, a população tradicional era assustada.
Mas não foi ruim" diz o presidente do conselho político da
Convenção Geral das Assembléias de Deus, Ronaldo Fonseca. Em 2002, a Convenção Geral, maior braço da Assembléia,
apoiou José Serra (PSDB).
No entanto, a reportagem
apurou com integrantes da
igreja que, apesar da proximidade de Fonseca com o presidente, a tendência é fechar com
Geraldo Alckmin (PSDB).
Rui Barboza, secretário-geral
de cidadania do Evangelho
Quadrangular, com 1,3 milhão
de fiéis, segundo o Censo, defendeu Lula das denúncias de
corrupção -a igreja teve dois
deputados envolvidos no escândalo dos sanguessugas.
"De uma forma ou de outra,
com todas as denúncias, os partidos em geral foram envolvidos. No entanto, observa-se
uma posição imparcial do presidente.", diz Barboza.
(FABIANE LEITE)
Colaborou MALU DELGADO,
da Reportagem Local
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