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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Segurança é problema federal, diz Alckmin
Candidato afirma que violência atinge país inteiro e promete rever legislação penal, que é ineficaz contra o crime organizado
Tucano afirma que a falta de fiscalização nas fronteiras favorece o contrabando de armas que alimenta o crime organizado e o narcotráfico
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, tentou ontem transferir ao governo federal o desgaste pela onda
de violência em São Paulo, dizendo que segurança pública "é
um problema do presidente".
"Se é um problema de todo o
país, é um problema do presidente da República. É nacional.
E não adianta dizermos que o
problema não existe. Não podemos escondê-lo debaixo do
tapete. Existe e precisa ser enfrentado", disse. Esse foi o ponto em que o candidato recebeu
aplausos mais intensos no discurso a cerca de 1.500 políticos
e empresários num clube de
Curitiba, onde fez campanha.
Ele disse que, como toda a legislação é federal, vai rever a lei
de execuções penais e os códigos Penal e de Processos, caso
seja eleito. Para ele, a legislação
"é muito dura para o [criminoso] pequenininho, porque a
progressão da pena não se faz
na velocidade devida, e fraquinha para o crime organizado".
Afirmando que "o grande
mal" do Brasil é o tráfico de
drogas e o contrabando de armas, sem a fiscalização na fronteiras, ele disse que o desarmamento é uma operação ""enxuga
gelo": "Tira a arma do marginal,
mas ela não pára de entrar."
Alckmin afirmou que "o Parlamento está virando um conjunto de interesses corporativos, muitas vezes contrários
aos interesses coletivos. Temos
que rever esse processo. O Parlamento tem que ser a casa do
povo, a casa de todos, não das
corporações, mas do coletivo".
A agenda em Curitiba terminou num encontro com o presidente da Assembléia, Hermas
Brandão (PSDB). Ele era vice
na chapa de Roberto Requião
(PMDB), mas a aliança foi anulada pelo presidente do PSDB,
Tasso Jereissati. Brandão disse
que o candidato "não tem culpa" pelo erro e que vai espalhar
comitês Alckmin-Requião.
O fato de o PDT ter lançado
Cristovam Buarque à Presidência não inibiu o senador Osmar
Dias (PDT), candidato ao governo, a participar da caminhada de Alckmin em Curitiba.
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