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CPI DA PETROBRAS
Oposição afirma que governo barra acesso a dados sigilosos
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição reclamou ontem que o acesso ao material
sigiloso que chegou à CPI da
Petrobras, que reúne dados
da estatal e da Receita Federal, está sendo negado até
mesmo aos senadores.
Integrantes do DEM e do
PSDB prometem contestar
também a estratégia dos governistas de colher depoimentos como o da cúpula da
Agência Nacional de Petróleo, marcado para a tarde de
hoje, antes de a comissão receber inquéritos policiais e
pedidos de informações solicitados sobre o suposto esquema de desvio de royalties
de petróleo e pagamento irregular a usineiros de etanol.
Além do presidente da
ANP, Haroldo Lima, serão
ouvidos outros integrantes
da agência, entre eles o diretor Victor Martins. Irmão do
ministro Franklin Martins
(Comunicação Social), Victor é investigado por um suposto esquema para aumentar o valor de royalties pagos
pela Petrobras a municípios.
Ele nega as acusações.
Apesar de ter convidado
Victor Martins, o inquérito
instaurado pela PF no Rio e a
auditoria do TCU para apurar as supostas irregularidades não chegaram na CPI.
Entre os documentos sigilosos estão um memorando
da Receita, a nota técnica da
Petrobras e um CD encaminhado pela CPI das ONGs.
"Estão dificultando o trabalho da oposição. Além de barrarem o acesso aos documentos sigilosos, precipitam
os depoimentos para as perguntas serem feitas com base
em matéria de jornal", reclama ACM Junior (DEM-BA).
A documentação não foi liberada para consulta sob o
argumento de que o presidente da CPI, senador João
Pedro (PT-AM), precisa definir como será o acesso e o
controle. Há sugestão de encaminhar a cada senador um
envelope lacrado, com uma
marca d'água ou com o nome
do congressista que solicitou
o material confidencial.
A decisão do presidente da
CPI será tomada em conjunto com o relator, Romero Jucá (PMDB-RR). "Vou ver
com o Jucá a melhor forma
de liberar o acesso à documentação confidencial. É
preciso criar uma metodologia", disse João Pedro.
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