São Paulo, terça-feira, 18 de agosto de 2009 |
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PSDB aposta que Lula vai manter Ciro na sucessão
Aliados de Serra acham que presidente buscaria evitar vitória tucana no 1º turno
CATIA SEABRA PEDRO DIAS LEITE DA REPORTAGEM LOCAL Os petistas negam. Mas o comando do PSDB aposta que, mantido o principal cenário da última pesquisa Datafolha, o governo federal apoiará a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE) para impedir que a disputa presidencial seja encerrada no primeiro turno. A mais recente pesquisa Datafolha mostra que a permanência de Ciro na disputa levaria a eleição para o segundo turno: José Serra (PSDB) tem 37%, Dilma Rousseff (PT) aparece com 16%, empatada com Ciro, com 15%, e Heloísa Helena (PSOL) vem em seguida com 12%. Sem Ciro, Dilma sobe para 19%, mas Serra vai a 44%, o que o aproxima de vitória no primeiro turno no ano que vem. Embora aliados do governador Serra duvidem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venha a apoiar um candidato com perfil mais crítico ao governo, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), disse acreditar no lançamento de Ciro para deter a vitória dos tucanos no primeiro turno. "A situação se complica para Dilma. Ela não está convencendo. O Ciro já não fica em São Paulo e pode se lançar no cenário nacional", afirma Guerra. Já o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, reafirma a disposição do partido de investir no confronto de dois projetos: "o do presidente Lula (e aliados) ao do PSDB-DEM-FHC e Serra". "Apesar dos riscos, temos a avaliação de que o melhor para nós é fazer um embate de projetos", reitera Berzoini. O presidente do PT de São Paulo, Edinho Silva, chega a afirmar que o PSDB estimula o lançamento de candidaturas alternativas para impedir a polarização Lula versus PSDB já no primeiro turno. "O melhor quadro para nós é o plebiscitário. E o PSDB vai fazer tudo para que isso não aconteça." Para aliados de Serra, o PT preferiria perder a admitir a possibilidade de Ciro superar Dilma nas eleições do ano que vem. Para esses tucanos, não é remota a chance de Serra vencer num primeiro turno sem Ciro Gomes. A alternativa para Ciro é disputar o governo de São Paulo, projeto acalentado por Lula, com dois objetivos: manter a disputa "plebiscitária" no plano nacional e, ao mesmo tempo, dar um palanque forte a Dilma no principal centro tucano. Só que o próprio Serra tem dito, em conversas, que acredita na candidatura de Ciro à Presidência. Ontem, governador comemorou o resultado. A aliados, disse que se sentia "jovem". Em entrevistas, admitiu: "É lógico que é muito bom estar bem colocado na pesquisa e ter uma boa avaliação da população de São Paulo". Mas, apesar da comemoração, o tucanato identificou dois pontos fracos na pesquisa. Além de uma queda de desempenho no Sul, como produto da crise enfrentada pela governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, a constatação de que a candidatura de Marina Silva (PT), que deve se filiar ao PV, prejudica o PSDB no Rio. Texto Anterior: Datafolha: Temer minimiza má imagem do Congresso em pesquisa Próximo Texto: Serra diz que propaganda do PT é "enganosa" Índice |
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