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ANJ completa 30 anos de luta contra censura
Proprietários de jornais criaram associação em 1979 para defender a liberdade de imprensa e aprimorar a indústria jornalística
Presidente da entidade afirma que a associação continua com a missão de sempre defender o direito da sociedade à informação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ANJ (Associação Nacional
de Jornais) completa nesta semana 30 anos de existência. A
entidade representa as principais publicações diárias do país
e foi criada numa sala do jornal
"O Dia", no Rio de Janeiro, em
17 de agosto de 1979.
O Brasil ainda vivia o final da
ditadura militar, que só terminou em 1985. Os proprietários
de jornais consideraram ser necessária uma associação para
defender a liberdade de imprensa, trocar informações sobre as melhores práticas no setor e trabalhar para aprimorar
a indústria jornalística.
Hoje, mais de 140 jornais de
todas as unidades da Federação
são associados da ANJ. Juntos,
são responsáveis por cerca de
90% da circulação diária média
no país. "Hoje, vivemos numa
democracia. Mas a missão da
ANJ continua a mesma, porque
para a liberdade de expressão
não existe um "fim da história".
Trata-se de um processo contínuo. A sociedade precisa estar
sempre alerta e disposta a defender seu direito à informação", diz Judith Brito, presidente da ANJ e diretora-superintendente do Grupo Folha.
"O saudoso publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira
[1912-2007], resumiu a ideia
numa frase forte, dita em 2003:
"O que interessa ao governo é a
mídia de joelhos. Não uma mídia morta. Uma mídia independente não interessa a governo
nenhum'", lembra Judith.
Para celebrar seus 30 anos de
existência, a ANJ realiza hoje,
em Brasília, um painel sobre liberdade de expressão e o futuro
do jornalismo. Uma campanha
em jornais, revistas, TV e rádio
também será veiculada, chamando a atenção da sociedade
para a importância dos jornais
na construção da liberdade de
imprensa e da cidadania.
O painel "Liberdade de Expressão e o Futuro do Jornalismo: o que dizem os jornalistas"
começa às 14h30 no Centro de
Eventos e Convenções Brasil
21. O convidado principal é o
jornalista grego-britânico Iason Athanasiadis, que ficou
preso 20 dias no Irã por causa
de sua cobertura sobre as manifestações contra o resultado da
eleição que reconduziu Mahmoud Ahmadinejad ao poder.
O painel contará ainda com
Merval Pereira (colunista de "O
Globo"), Marcelo Rech (diretor-geral de Produto do Grupo
RBS), Daniel Piza (editor-executivo e colunista de "O Estado
de S. Paulo"), Carlos Eduardo
Lins da Silva (ombudsman da
Folha) e Alon Feuerwerker
(colunista do "Correio Braziliense"). O mediador será Fernando Rodrigues, repórter da
Folha e diretor do Comitê Editorial da ANJ.
Também faz parte das comemorações o lançamento do livro "A Força dos Jornais", de
autoria de Judith Brito e do jornalista Ricardo Pedreira, diretor-executivo da ANJ. A obra
relata as origens da entidade,
descrevendo a trajetória dos
jornais nos últimos 30 anos.
À noite, no Brasília Palace
Hotel, haverá um jantar e entrega do Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa ao deputado
federal Miro Teixeira (PDT-RJ), autor da ação no Supremo
Tribunal Federal que resultou
no fim da Lei de Imprensa herdada do regime militar.
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