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MST relaxa a pauta de reivindicação ao governo
Governo dará hoje resposta
aos pedidos dos sem-terra
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de marchar pela Esplanada dos Ministérios, invadir o Ministério da Fazenda e
montar um acampamento com
3.000 pessoas no centro de
Brasília, o MST decidiu relaxar
a pauta de reivindicações que
deve ser respondida hoje pelo
governo federal.
O principal recuo está no número de assentados neste ano.
Ao chegar a Brasília, no início
da semana passada, líderes
sem-terra cobravam o atendimento de 90 mil famílias. Em
conversas com o governo, reduziu o pedido para 20 mil.
Não admitida publicamente
por conta das explicações que
teria de dar às bases acampadas
em 24 Estados, a nova estratégia do movimento visa se adaptar à realidade do governo, que
já disse não ter recursos para
chegar perto do pedido inicial.
Na mesa de negociações instalada após a invasão do Ministério da Fazenda, o governo informou que, no melhor dos cenários, conseguirá assentar em
2009 um total de 8.500 famílias
do MST. Diante disso, o movimento reduziu de 150 para 30
as áreas que julga prioritárias e
indicou o atendimento de cerca
de mil famílias por Estado.
Dos R$ 950 milhões disponíveis para obtenção de terras no
orçamento original do Incra,
R$ 550 milhões já foram gastos,
enquanto o restante segue bloqueado pela equipe econômica.
A meta do governo é assentar
neste ano 75 mil famílias, incluindo lavradores de todos os
movimentos sociais do país, e
não apenas do MST.
Pesou também na mudança
de discurso a cobrança das bases acampadas à espera de um
lote e o enfraquecimento do
diálogo com o governo petista.
Outra iniciativa reservada do
MST foi avalizar o assentamento de suas famílias não apenas
em projetos criados por meio
do instrumento da desapropriação, que pune o fazendeiro
improdutivo. Agora o MST
aceita instalá-las em áreas
compradas pelo governo.
Além de mais recursos para a
reforma agrária, o MST também reivindica a atualização
dos índices agropecuários usados para avaliar uma fazenda
passível de desapropriação. Como a bancada ruralista se
opõem, Lula resiste em autorizá-la neste momento.
Procurado por meio de sua
assessoria, o MST não quis se
manifestar. O Incra afirmou
que as conversas entre governo
e sem-terra na semana passada
foram para "detalhar" a pauta
de reivindicações e que as respostas finais serão dadas hoje.
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