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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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CAMPO MINADO

Ministro diz que governo realiza operações de inteligência em áreas preocupantes para preparar intervenção

Polícia Federal fará desarmamento no campo, diz Bastos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse ontem que a Polícia Federal vai realizar uma operação de desarmamento no campo depois que concluir o trabalho de mapeamento das áreas com maior incidência de conflitos entre sem-terra e fazendeiros.
"A Polícia Federal continua fazendo operação de inteligência em áreas preocupantes [trabalho de mapeamento] e vai fazer as intervenções que considerar oportunas", disse Bastos. A expectativa é que ela ocorra em breve, atinja tanto milícias de fazendeiros quanto grupos de trabalhadores sem-terra e seja realizada em regiões de maior conflito, como o Pontal do Paranapanema (SP) e o sul do Pará. O ministro não deu detalhes sobre a operação, para não comprometer o seu êxito.
Anteontem, ao receber representantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Bastos já havia anunciado a intenção do governo de promover o desarmamento em razão do aumento da violência no campo. Ontem, ele reafirmou essa disposição após participar da abertura do 1º Seminário Nacional sobre Tráfico e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Anteontem, representantes do MST estiveram em Brasília pedindo a intervenção do governo federal nas disputas agrárias e exigiram medidas concretas para extinguir ações de milícias no o país. Pelas contas do movimento, foram assassinadas 53 pessoas no campo desde o início do ano, contra 43 em 2002. Oficialmente, o Incra reconhece 20 mortes relacionadas a conflitos agrários.
O último caso ocorreu na sexta passada em São Félix do Xingu (PA): sete trabalhadores rurais e um fazendeiro foram mortos.


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