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CAMPO MINADO
Ministro diz que governo realiza operações de inteligência em áreas preocupantes para preparar intervenção
Polícia Federal fará desarmamento no campo, diz Bastos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, disse ontem que
a Polícia Federal vai realizar uma
operação de desarmamento no
campo depois que concluir o trabalho de mapeamento das áreas
com maior incidência de conflitos
entre sem-terra e fazendeiros.
"A Polícia Federal continua fazendo operação de inteligência
em áreas preocupantes [trabalho
de mapeamento] e vai fazer as intervenções que considerar oportunas", disse Bastos. A expectativa é que ela ocorra em breve, atinja tanto milícias de fazendeiros
quanto grupos de trabalhadores
sem-terra e seja realizada em regiões de maior conflito, como o
Pontal do Paranapanema (SP) e o
sul do Pará. O ministro não deu
detalhes sobre a operação, para
não comprometer o seu êxito.
Anteontem, ao receber representantes do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra), Bastos já havia anunciado
a intenção do governo de promover o desarmamento em razão do
aumento da violência no campo.
Ontem, ele reafirmou essa disposição após participar da abertura
do 1º Seminário Nacional sobre
Tráfico e Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes, no STJ
(Superior Tribunal de Justiça).
Anteontem, representantes do
MST estiveram em Brasília pedindo a intervenção do governo federal nas disputas agrárias e exigiram medidas concretas para extinguir ações de milícias no o país.
Pelas contas do movimento, foram assassinadas 53 pessoas no
campo desde o início do ano, contra 43 em 2002. Oficialmente, o
Incra reconhece 20 mortes relacionadas a conflitos agrários.
O último caso ocorreu na sexta
passada em São Félix do Xingu
(PA): sete trabalhadores rurais e
um fazendeiro foram mortos.
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