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MEMÓRIA
Josimo dirigia CPT na região do Bico do Papagaio
DA REDAÇÃO
O padre Josimo Morais
Tavares, coordenador da
CPT (Comissão Pastoral da
Terra) no Bico do Papagaio
(parte do atual Estado de Tocantins), foi assassinado pelas costas em 10 de maio de
1986 em Imperatriz (MA).
O padre era o principal líder dos trabalhadores sem
terra na região. Logo após o
assassinato, padre Josimo foi
aclamado como mártir na
luta pelo direito à terra pela
CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).
A Rádio do Vaticano dedicou um editorial elogiando
seu trabalho. O próprio presidente José Sarney reuniu
seus ministros para pedir rigor na apuração do crime.
Logo depois do assassinato, o pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa foi preso e
confessou a autoria do crime, apontando Vilson Nunes Cardoso como co-autor
e membros da família Teodoro da Silva como principais mandantes (o pai, João
Teodoro, e seus filhos).
O pistoleiro, condenado a
18 anos e seis meses de prisão em 20 de abril de 1988,
contou que o crime foi encomendado por Osvaldo Teodoro da Silva, então vereador pelo PMDB. Disse que
recebeu na época o suficiente para comprar "cinco automóveis de luxo" novos, mais
Cz$ 150 mil. O dinheiro teria
sido entregue ao pistoleiro
depois de uma primeira tentativa de matar o padre.
Costa disse que depois da
primeira emboscada contra
Josimo pensou em desistir
do crime, mudando de decisão depois do aumento do
preço do assassinato.
No dia 11 de agosto de 1994
foram presos Geraldo Paulo
Vieira e seu filho Adaílson
Vieira, e em setembro foi
preso Guiomar Teodoro da
Silva, em Tocantins.
Em 29 de junho de 1997, a
Justiça condenou Geraldo
Paulo Vieira, Adaílson Gomes Vieira e Guiomar Teodoro da Silva na condição de
mandantes do assassinato.
Geraldo Paulo Vieira pegou 18 anos de prisão, Adaílson Gomes Vieira, que teria
intermediado o pagamento
ao pistoleiro, recebeu 19
anos, e Guiomar Teodoro, 14
anos de prisão. Seus irmãos
Osmar Teodoro da Silva e
Nazaré Teodoro Silva foram
presos em 2001 no Pará.
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