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DIPLOMACIA
EUA dão apoio retórico a proposta de ampliar Conselho de Segurança
Amorim cobra mudanças na ONU
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, fez ontem
críticas indiretas ao unilateralismo norte-americano, cobrou mudanças nas Nações Unidas e ganhou o apoio retórico dos EUA à
ampliação do Conselho de Segurança do órgão.
Perante a Assembléia Geral da
ONU, Amorim disse que a instituição não foi criada para "disseminar a filosofia de que a ordem
deve ser imposta pela força".
O chanceler voltou a cobrar a
ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Junto com Alemanha, Japão e Índia, o Brasil, por
meio do chamado G4, quer entrar
para o conselho e vem pedindo
sua ampliação insistentemente.
Amorim disse que "não parece
razoável imaginar que o Conselho
poderá continuar ampliando sua
agenda e suas funções sem que se
resolva seu déficit democrático".
Após a fala de Amorim, a secretária de Estado norte-americana,
Condoleezza Rice, disse que o
conselho deve ser ampliado e citou o Japão e "os países em desenvolvimento" como candidatos a
ingressar no órgão.
Na prática, porém, os EUA foram os principais articuladores,
na semana passada, de um movimento que provocou mudança
no texto acordado entre os países
a respeito da reforma do Conselho de Segurança. No documento,
consta que haverá uma "avaliação" do avanço das discussões sobre a reforma até o fim do ano,
quando o Brasil e o G4 esperavam
uma definição até o final de 2005.
Nas reuniões da 60ª Assembléia
Geral da ONU, na semana passada, os EUA focaram sua atuação
no pedido de reformas na burocracia da instituição.
Rice chegou a dizer ontem que
"os dólares" que financiam a instituição devem ser mais bem empregados e que a ONU deve se
guiar pelos "mesmos princípios"
que prega aos países-membros.
Segundo relatório, a ONU foi
"negligente" sobre o programa
Petróleo por Alimentos, no Iraque, que gerou desvios e suspeitas
de corrupção envolvendo o filho
do secretário-geral Kofi Annan.
Na próxima terça-feira, Celso
Amorim deve viajar para o Haiti.
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