Centrão petista testa seu poder nas urnas

Motivados ou constrangidos pela pior crise da história do partido, atingido frontalmente pelo escândalo do "mensalão", os petistas vão hoje às urnas para escolher seus dirigentes, do presidente nacional às lideranças regionais em todo o país. A eleição, que promete ser a mais disputada em 25 anos de história do PT, põe à prova a hegemonia do Campo Majoritário, coalizão interna formada em 1995 sob a batuta do ex-ministro e hoje deputado José Dirceu, responsável pela estratégia que conduziu Luiz Inácio Lula da Silva ao poder.
É a capacidade de sobrevivência e reorganização deste centrão petista, cuja cúpula desmoronou após as revelações de Roberto Jefferson, que está em jogo. E, com ela, a redefinição das forças internas que irão conduzir o partido nas eleições presidenciais de 2006.
Dos cinco candidatos com chances, o atual secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, do Campo Majoritário, figura como favorito. Essa condição, porém, vem sendo ameaçada pela perspectiva crescente de que haja segundo turno, previsto para 9 de outubro. Valter Pomar (atual 3º vice-presidente), Raul Pont (deputado estadual pelo RS), Maria do Rosário (deputada federal pelo RS) e Plínio Sampaio (ex-deputado) disputam contra Berzoini. Estima-se no PT que até 250 mil filiados devem votar -num total de cerca de 820 mil. Para que o processo seja validado, ao menos 15% devem participar.


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