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ELEIÇÕES 2006 / SANGUESSUGAS
Tucanos acionam chapa de Lula no TSE
Fotos de Alckmin em dossiê negociado com chefe de máfia motiva PSDB e PFL a questionarem candidatura do presidente
Ministro da Justiça nega tentativa de abafar o caso; documentos mostrariam ligação de tucanos com a máfia dos sanguessugas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pretexto da inclusão de fotos do presidenciável tucano
Geraldo Alckmin no dossiê negociado com um dos chefes da
máfia dos sanguessugas e da
suspeita de que o governo tentaria abafar o caso, o PSDB e o
PFL irão hoje ao TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) questionar
a candidatura do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, a 13
dias das eleições.
Logo cedo, o advogado da coligação que apóia Alckmin
apresentará queixa de crime
contra o suposto envolvimento
do PT na intermediação da
compra de imagens, documentos e da entrevista que mostrariam proximidade do presidenciável tucano e do candidato do
PSDB ao governo de SP, José
Serra, com a máfia dos sanguessugas, que fraudava licitações
para a compra de ambulâncias
com dinheiro público.
Junto com a notícia-crime,
os dois partidos apresentam à
Justiça Eleitoral pedido de investigação do caso. "Há um certo receio de demora da Polícia
Federal em esclarecer a origem
do dinheiro destinado à compra do dossiê", disse Tasso Jereissati, presidente do PSDB.
"Temos a notícia de que a PF
já identificou o indivíduo do PT
responsável pela entrega do dinheiro e não divulgou a informação nem divulgou fotos do
dinheiro", disse Jereissati sobre o R$ 1,7 milhão apreendido
na sexta-feira com Valdebran
Carlos Padilha da Silva e Gedimar Pereira Passos, em SP.
"Temos de apurar quem são
os personagens do PT envolvidos no falso dossiê contra Alckmin e Serra", insistiu o senador
Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL. Como Tasso, ele
lança suspeitas contra a atuação do ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos. "Ele [o
ministro] está funcionando como criminalista do Lula e tentando impedir investigações".
Procurado por Tasso no sábado, o ministro da Justiça se
comprometeu com uma investigação imparcial do caso.
Bastos disse que a PF trabalhará com isenção e negou tentativa de abafar o caso. Segundo
ele, não se pode duvidar de uma
polícia que foi a responsável pela prisão das pessoas que tentavam negociar o dossiê. Tasso e
Bornhausen marcaram encontro com o presidente do TSE,
Marco Aurélio de Mello, às 15h,
no Rio, para cobrar providências sobre o episódio.
"Não sei se há crime eleitoral
e se o caso diz respeito à eleição
presidencial. O órgão competente é a Justiça Eleitoral. Mas
vai depender dos elementos
existentes", comentou o ministro. "Sou servidor público e disse que os receberia [os presidentes do PSDB e do PFL] como receberia o presidente do
PT, se ele me procurasse". A
punição mais grave para eventual crime eleitoral seria a cassação do registro de candidatura de Lula. Tasso não comentou
se a expectativa do partido é
uma mudança no quadro das
pesquisas de intenção de voto
às vésperas da disputa do primeiro turno.
(MARTA SALOMON)
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