São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / SANGUESSUGAS

Tucanos acionam chapa de Lula no TSE

Fotos de Alckmin em dossiê negociado com chefe de máfia motiva PSDB e PFL a questionarem candidatura do presidente

Ministro da Justiça nega tentativa de abafar o caso; documentos mostrariam ligação de tucanos com a máfia dos sanguessugas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A pretexto da inclusão de fotos do presidenciável tucano Geraldo Alckmin no dossiê negociado com um dos chefes da máfia dos sanguessugas e da suspeita de que o governo tentaria abafar o caso, o PSDB e o PFL irão hoje ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) questionar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a 13 dias das eleições.
Logo cedo, o advogado da coligação que apóia Alckmin apresentará queixa de crime contra o suposto envolvimento do PT na intermediação da compra de imagens, documentos e da entrevista que mostrariam proximidade do presidenciável tucano e do candidato do PSDB ao governo de SP, José Serra, com a máfia dos sanguessugas, que fraudava licitações para a compra de ambulâncias com dinheiro público.
Junto com a notícia-crime, os dois partidos apresentam à Justiça Eleitoral pedido de investigação do caso. "Há um certo receio de demora da Polícia Federal em esclarecer a origem do dinheiro destinado à compra do dossiê", disse Tasso Jereissati, presidente do PSDB.
"Temos a notícia de que a PF já identificou o indivíduo do PT responsável pela entrega do dinheiro e não divulgou a informação nem divulgou fotos do dinheiro", disse Jereissati sobre o R$ 1,7 milhão apreendido na sexta-feira com Valdebran Carlos Padilha da Silva e Gedimar Pereira Passos, em SP.
"Temos de apurar quem são os personagens do PT envolvidos no falso dossiê contra Alckmin e Serra", insistiu o senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL. Como Tasso, ele lança suspeitas contra a atuação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. "Ele [o ministro] está funcionando como criminalista do Lula e tentando impedir investigações".
Procurado por Tasso no sábado, o ministro da Justiça se comprometeu com uma investigação imparcial do caso.
Bastos disse que a PF trabalhará com isenção e negou tentativa de abafar o caso. Segundo ele, não se pode duvidar de uma polícia que foi a responsável pela prisão das pessoas que tentavam negociar o dossiê. Tasso e Bornhausen marcaram encontro com o presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, às 15h, no Rio, para cobrar providências sobre o episódio.
"Não sei se há crime eleitoral e se o caso diz respeito à eleição presidencial. O órgão competente é a Justiça Eleitoral. Mas vai depender dos elementos existentes", comentou o ministro. "Sou servidor público e disse que os receberia [os presidentes do PSDB e do PFL] como receberia o presidente do PT, se ele me procurasse". A punição mais grave para eventual crime eleitoral seria a cassação do registro de candidatura de Lula. Tasso não comentou se a expectativa do partido é uma mudança no quadro das pesquisas de intenção de voto às vésperas da disputa do primeiro turno. (MARTA SALOMON)


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