|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / JUSTIÇA ELEITORAL
Presidente e 2 ministros do TSE são vítimas de grampo
Marco Aurélio apresenta hoje queixa-crime à Procuradoria Geral da República
Escutas também atingiram os ministros Cezar Peluso e Marcelo Ribeiro; varredura não teria localizado origem nem o culpado pelo grampo
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco
Aurélio de Mello, e dois colegas
do tribunal tiveram os telefones grampeados, detectou empresa contratada para fazer
varreduras das linhas telefônicas usadas pelos ministros, inclusive em suas residências.
"Se o grampo partiu de um
particular, é condenável, se
partiu do Estado, merece a excomunhão maior", reagiu Mello, que encaminha hoje ofício à
presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), Ellen Gracie, e apresenta queixa de crime
ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de
Souza.
"Quando um ministro do Supremo é bisbilhotado, é sinal de
que estamos vivendo uma época de verdadeiro terror", completou o presidente do TSE,
que também tem uma cadeira
na principal instância da Justiça do Brasil, o STF.
Outras vítimas
Os grampos também tiveram
como alvos Cezar Peluso, que,
como Mello, é ministro do STF,
e Marcelo Ribeiro, um dos três
responsáveis, no TSE, pela análise de representações contra a
propaganda eleitoral. Ontem à
noite, o diretor-geral do TSE,
Athayde Fontoura Filho, ainda
reunia informações sobre a escuta clandestina, que seriam
divulgadas hoje cedo.
Segundo informações preliminares, a empresa contratada
para a varredura das linhas telefônicas não teria identificado
a origem dos grampos nem seus
responsáveis.
A varredura das linhas telefônicas é uma rotina no tribunal,
mas não há notícia de precedente de detecção de grampos
nos telefones dos ministros, de
acordo com o TSE.
Dos sete ministros do TSE,
Mello e Peluso representam a
cúpula do tribunal. Marcelo Ribeiro é ministro substituto na
cota dos juristas, e um dos mais
rigorosos na punição a irregularidades na propaganda dos
candidatos tanto do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva como
do tucano Geraldo Alckmin.
Rigor
Foi Ribeiro quem começou a
condenar o que julga invasão
do candidato ao Planalto no
tempo de propaganda dos candidatos aos governos estaduais
e ao Congresso.
Desde o início da campanha,
a candidatura de Lula já perdeu
mais de 10 minutos nos programas e inserções.
O presidente determinou
que o conselho político, que
reúne seus principais assessores, envie hoje comissão ao TSE
para discutir o que considera
excessivo rigor contra a propaganda eleitoral, sobretudo contra a candidatura petista.
Representações ainda em
análise no tribunal ameaçam
metade do tempo de propaganda gratuita de que Lula dispõe
até o final da campanha.
Se as queixas forem acatadas,
o presidente poderá perder 12
minutos em inserções e 37 minutos nos programas.
Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: Vírus e antivírus Próximo Texto: PF apreende urnas falsas em fazenda de José Janene Índice
|